No mercado financeiro, a correlação de ativos tem como objetivo entender o comportamento entre dois investimentos.
Isso significa compreender se eles possuem desempenho semelhante ou diferente, de acordo com os acontecimentos econômicos.
Essa estratégia deve ser colocada em prática, principalmente, para preservar rentabilidade e liquidez, sem risco de defasagem no patrimônio.
Dessa forma, é fundamental montar e rebalancear uma carteira, sempre observando o ciclo da economia que estamos vivendo.
Entenda agora o que é correlação de ativos e como compor investimentos de forma mais eficiente.
- Leia também: entenda mais sobre rebalanceamento de carteira.
Ciclo econômico: qual a fase do Brasil em 2023?
Em um ano de muita volatilidade no cenário político-econômico mundial, como tem sido o ano de 2023, a diversificação da carteira é a melhor maneira de ter proteção financeira.
“Este será um ano de desaceleração da economia, explicado pelo momento no ciclo econômico atual de juros ainda altos para conter o avanço da inflação. Consequentemente, teremos uma menor atividade econômica”, observa Denys Wiese, estrategista da EQI Investimentos.
No entanto, há expectativas de início de queda de juros e um futuro não tão distante. A EQI Asset projeta queda de juros no Brasil em 2024, dos atuais 13,75% para 10,50%.
Nos EUA e na Europa, também com juros altos para os padrões locais, a tendência também é de um fim de ciclo de alta ainda este ano, mas com manutenção das taxas em níveis elevados até dezembro também.
Ciclo econômico atual no Brasil e no mundo
Diante das projeções atuais de um mundo em desaceleração, inflação maior, taxas de juros maiores, como montar uma carteira de investimentos?
A resposta está na correlação entre os ativos.
O que é a correlação nos investimentos?
Se o momento pede cautela do investidor, é preciso montar uma carteira diversificada. No entanto, é necessário observar também a correlação entre os ativos na hora de fazer essa composição.
Basicamente, a correlação no mercado financeiro tem o objetivo de entender se os ativos apresentam desempenho semelhante ou diferente, de acordo com os acontecimentos econômicos.
Para isso, é observado se os ativos são correlacionados positiva ou negativamente.
Veja como a correlação funciona na prática.
Correlação positiva
Existem ativos com correlação positiva, ou seja, que se correlacionam de forma conjunta. Isto quer dizer que quando um ativo sobe, o outro sobe também.
Um exemplo prático de correlação positiva é quando um investidor possui em sua carteira ações de empresas de um mesmo setor.
“Se montarmos uma carteira de investimentos somente com ativos que são correlacionados positivamente, o resultado da carteira será uma média desses dois ativos”, explica Wiese.
No gráfico abaixo é possível visualizar este comportamento.

Reprodução/EQI
Se um investidor alocar o mesmo valor nos ativos A e B e, hipoteticamente, o ativo A se valoriza 10% e o ativo B tem uma valorização de 5%, a média dos dois (7,5%), será a resultante da carteira.
“O resultado de uma carteira montada apenas com ativos correlacionados positivamente é uma maior volatilidade. Dessa forma, não é uma estratégia eficiente”, esclarece Denys Wiese.
Correlação negativa
Na correlação negativa, a tendência de subida de um ativo se caracteriza em uma propensão de queda do outro.
No gráfico abaixo, o ativo A possui o comportamento oposto do ativo B: se um deles sobe, o outro cai e vice-versa.
Um exemplo prático de correção negativa é a composição de uma carteira com ativos dolarizados e Ibovespa. Quando o Ibovespa sobe, o dólar cai, quando o dólar sobe, o Ibovespa cai.
“A carteira resultante da compra desses dois ativos será menos oscilante ”, comenta o especialista da EQI.

Reprodução/EQI
Como montar uma carteira de investimentos eficiente
Uma carteira é eficiente quando é montada com ativos de correlação negativa, ou descorrelacionados, conforme observa Wiese.
Na prática, a correlação e descorrelação está relacionada com a diversificação adequada de uma carteira de investimentos.
“Essa é a estratégia que garante uma real diversificação. Se os investimentos estão muito correlacionados, temos uma falsa diversificação”, adverte.
Ele também ressalta que compor uma carteira com ativos de correlação negativa ou descorrelacionados “proporciona ao investidor mais liquidez, mas com perdas menores”, destaca.

Ativos de correlação negativa: a verdadeira diversificação em investimentos. Reprodução/EQI
Como sua carteira de investimentos está montada?
Para seguir uma carteira com ativos descorrelacionados, é preciso conhecer o perfil de investidor.
Basicamente, ele indica o grau de risco tolerado que uma pessoa possui ao montar sua carteira. Isso está relacionado à oscilação de um portfólio de investimentos.
Os três grandes representantes do perfil de investimentos são os conservadores, moderados e sofisticados.
É por meio do perfil de risco de um investidor que as aplicações serão alocadas.
Perfil conservador
Caracterizado por não ter (quase) nenhuma tolerância ao risco.
Sendo assim, sua carteira concentra todo o seu patrimônio em ativos de renda fixa, sem alocação em outros tipos de mercado.
Perfil moderado
Considera colocar risco em sua carteira, mas de modo bastante controlado.
A alocação de investimentos tem prevalência na renda fixa;
Perfil sofisticado
É o que aceita mais risco na carteira. Com metade de todo seu patrimônio em mercados voláteis.
“Você possui um perfil de investidor e uma carteira recomendada para este perfil. O cuidado é manter-se dentro da alocação sugerida, observando sempre a descorrelação dos ativos de acordo com o ciclo econômico”, finaliza Denys Wiese.
- Saiba mais: Qual a alocação de ativos recomendada para o seu perfil de investidor?
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