06 Abr 2022 às 00:40 · Última atualização: 24 Jun 2022 · 11 min leitura
06 Abr 2022 às 00:40 · 11 min leitura
Última atualização: 24 Jun 2022
Pixabay
É melhor investir em BDRs ou comprar ações no exterior? Essa é a dúvida de muitos investidores hoje no Brasil.
Veja agora como funcionam essas duas modalidades de diversificação internacional.
Conheça as principais características e entenda o que precisa ser levado em consideração na hora de investir.
Os BDRs são títulos representativos de ações de empresas estrangeiras negociados na bolsa brasileira. A sigla BDR significa Brazilian Depositary Receipts.
Ao comprar um BDR, o investidor não está comprando ações diretamente no exterior. Mas, sim, está adquirindo um recibo com lastro ou um título que dá direito sobre essas ações.
Desde outubro de 2020, com as mudanças no Regulamento para Listagem de Emissores, todos os investidores passaram a ter acesso aos BDRs.
Antes, esses investimentos eram restritos a investidores qualificados, com mais de R$ 1 milhão de recursos aplicados no mercado financeiro.
Existem dois tipos de BDRs:
São os BDRs nos quais há um envolvimento e conhecimento da empresa emissora desses ativos.
Isso quer dizer que há um movimento efetivo por parte da empresa estrangeira, que deseja colocar os seus ativos à disposição do mercado brasileiro.
Essa empresa busca dentro do nosso país uma instituição depositária, ou custodiante, que será a responsável por manter o registro dos BDRs junto aos órgãos reguladores e coloca as ações da companhia em tesouraria como lastro desses recibos.
É comum identificar as BDRs patrocinadas com o prefixo que identifica a empresa + final 32 ou 33.
São os BDRs que uma instituição depositária, seja no Brasil ou fora (no país original da bolsa onde a empresa está listada), compra um lote de ações no exterior.
Esses papéis são convertidos em recibos oficiais, que são comercializados no mercado brasileiro.
Nesse processo, não há o conhecimento prévio ou o envolvimento da empresa dona das ações.
É comum identificar as BDRs não patrocinadas com o prefixo que identifica a empresa + final 34 ou 35.
As BDRs se dividem em 3 níveis, conforme veremos a seguir:
O detentor desses recibos possuem os mesmos direitos de quem tem as ações no país de origem, pois eles são repassados por contrato.
Porém, eles não têm o consentimento e a colocação de lastro de garantia em tesouraria das empresas donas dos valores mobiliários.
Na maioria dos casos, os grandes bancos são os custodiantes, que detêm grandes posições dessas ações e fazem o lastro dos BDRs com base nesses ativos custodiados, sem que haja envolvimento da empresa emissora.
A B3 é a única entidade administradora que oferece os processos de negociação, liquidação e custódia de BDRs aqui no Brasil. A compra acontece de forma semelhante ao da compra de ações, por meio do home broker de uma corretora.
A vantagem de investir em BDR é que não precisa fazer operações de câmbio ou contas de custódia no exterior ou transferir recursos para fora do país.
É possível encontrar boas oportunidades no mercado internacional, em especial, no mercado americano, que tem uma grande fatia dos BDRs.
Portanto, é uma forma de balancear os resultados da carteira, diversificando investimentos em épocas em que os mercados locais de renda fixa e variável não estão indo muito bem.
O investidor deve ficar atento à variação do dólar, já que ele ficará exposto à flutuação cambial.
Isso porque se trata de um recibo lastreado em um ativo (ação) listado fora do Brasil, cuja negociação acontece na moeda do país de origem – na maioria absoluta, em dólares.
O BDR acaba acompanhando o preço do ativo no exterior + a variação cambial.
Por exemplo:
Assim como as ações, os BDRs são mais indicados para investidores com perfil mais arrojado.
Além disso, se tratam de mais uma alternativa para quem quer acessar o mercado internacional.
Atualmente, existem na B3 BDRs de ações ligadas às maiores empresas do mundo, como Apple, Amazon, Walmart, J.P. Morgan, Walt Disney, HP, Netflix, McDonalds, Coca-Cola, entre outras.
Os códigos dos BDRs são formados por 4 letras + o número 32, 33, 34 ou 35 no final. Por exemplo: AAPLE34.
Os custos envolvidos na compra de um BDR são iguais aos de uma operação com ações.
O investidor deve pagar a taxa de corretagem, taxa de liquidação e emolumentos.
A tributação funciona da seguinte forma:
Basicamente, são 3 formas:
Ao comprar certificados emitidos no Brasil que representam ações de empresas estrangeiras;
Atualmente, o investidor pode adquirir somente um lote, o que torna o investimento ainda mais acessível.
No entanto, é importante que o investidor fique atento à paridade dos BDRs em relação aos lotes. Ou seja, um lote não representa, necessariamente, uma ação da companhia.
Existem empresas em que a paridade é de 10 lotes para cada ação da empresa. Porém essa relação pode chegar a 200 BDRs para cada ação.
Por isso, se a intenção é se tornar sócio da empresa, o investidor precisa analisar atentamente a paridade antes de investir em um ou outro ativo.
Cada corretora cobra de um jeito específico. De modo geral, o investidor deve considerar:
Nesse caso, é preciso conhecer quais são as regras de sucessão patrimonial, pois os impostos que incidem nessas situações são extremamente consideráveis nos EUA.
Enquanto no Brasil o tributo de transmissão de heranças é compreendido entre 4% e 8% a depender do estado, nos Estados Unidos a alíquota pode chegar a 40% do patrimônio herdado.
O que considerar:
Como já vimos, sobre os rendimentos dos BDRs incidirá o Imposto de Renda. Nesse sentido, as alíquotas serão de 15% nas operações de mais de um dia e 20% no day trade.
Outro ponto importante é que, diferentemente das ações, os BDRs não contam com a isenção de IR nas negociações de até R$ 20 mil dentro do mês.
Por outro lado, nas ações internacionais, caso ocorram vendas até R$ 35 mil no mês, haverá isenção de IR sobre o ganho de capital.
Tanto os BDRs quanto as ações internacionais dão direito ao recebimento de dividendos.
O que muda é a forma de recebimento desses recursos: