A B3 (B3SA3) registrou nos primeiros dias de abril uma forte tendência de saída de capital estrangeiro, revertendo um fluxo intenso de entrada verificado no primeiro trimestre de 2022. De acordo com análise do jornal Valor Econômico, investidores retiraram cerca de R$ 1,6 bilhão até o último dia 11, deixando um saldo líquido negativo de R$ 904 milhões.
O valor ainda é pequeno se comparado ao balanço inicial do ano, que registra mais de R$ 64 bilhões em entradas. O fluxo intenso de entrada permitiu ao Ibovespa se tornar o segundo índice de bolsa de valores que mais se valorizou no mundo em 2022, e contribuiu também, associado a outros fatores, para a valorização do real.
A leitura predominante dos analistas é a de que a diminuição do fluxo na B3 ainda não indica de forma definitiva uma reversão de tendência, mas acomodação do mercado após a alta expressiva dos investimentos e das ações.
Isso acontece, também, porque parte dos fatores que atraíram o dinheiro estrangeiro ao Brasil continuam ativos, como a alta nos preços das commodities e a instabilidade causada pela guerra entre Rússia e Ucrânia, que torna o Brasil um destino mais estável para investidores interessados em mercados emergentes.
Outros sinais de atenção
A percepção de analistas é de que o fluxo estrangeiro deve passar por uma acomodação que tornará os movimentos dos investidores mais pontuais. Além disso, todos estão de olho no cenário norte-americano, onde o Fed (banco central) sinaliza um aumento da taxa de juros para controlar a inflação.
Esse aumento tende a atrair investimentos mais conservadores de volta aos EUA, com investimentos, por exemplo, nos treasuries, os papéis do tesouro norte-americano que se tornam mais atraentes pelo baixíssimo risco de calote.
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