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Em ata, Fomc confirma 0,5 ponto de alta nos juros para maio e prevê mais ajustes

Em ata, Fomc confirma 0,5 ponto de alta nos juros para maio e prevê mais ajustes

O Fed (Federal Reserve, o banco central americano) divulgou nesta quarta-feira (06) a ata do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês,  formado por dirigentes da instituição). Os dirigentes indicaram que novos aumentos na taxa de juros seriam mais apropriados neste momento, que pode incluir um aumento de 0,5 ponto percentual em maio.

Os membros do conselho concordaram que os indicadores econômicos e o emprego continuam se fortalecendo, uma vez que os ganhos de emprego foram fortes nos últimos e houve uma queda na taxa de desemprego. 

Ainda sobre as perspectivas da economia, os participantes relataram que o crescimento real do PIB desacelerou em relação ao ritmo mais intenso do 4º trimestre de 2021. Este movimento foi reflexo do investimento em estoque mais fraco, mas que tanto o consumo quanto o investimento empresarial impulsionaram o desempenho mais recente. 

Os membros do Fomc explicaram que o mercado de trabalho nos EUA está bem apertado, com salários nominais subindo muito rapidamente. Logo, as pressões salariais começaram a se espalhar pelas distribuições de renda e qualificação. Contudo, os participantes destacaram que esperam um mercado de trabalho forte e a manutenção das pressões salariais.

O comunicado ainda informa que a inflação ainda continua elevada devido aos desequilíbrios contínuos de oferta e demanda. Com isso, os custos com energia ficam mais altos e ainda pressionam os preços. 

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Os dirigentes avaliam uma redução gradual, em um período de três meses ou “um pouco mais”, do balanço no início da reunião de maio. De acordo com a ata do FOMC, o Federal Reserve concorda que deverá reduzir US$ 60 bilhões por mês nas contas do Tesouro e US$ 35 bilhões em títulos hipotecários.

Em relação a Guerra na Ucrânia, os membros concordaram que o conflito pressiona os preços e oferece mais resistência para retomada da atividade econômica, mas eles também comentaram que as implicações da crise no leste europeu ainda são muito incertas. 

Ata do Fomc: Mercado já esperava possível aumento no juros

Mais cedo, a dirigente do Federal Reserve, Lael Brainard, afirmou que a entidade tomaria medidas mais firmes para controlar a inflação. 

Para ela, é de suma importância reduzir a inflação. Brainard foi nomeada vice-presidente do Federal Open Market Committee.

Além de Brainard,  a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, também prometeu aumentos de juros à frente, enquanto compartilhava preocupações sobre a inflação. “Entendo que a inflação é tão prejudicial quanto não ter emprego”, disse.

BTG (BPAC11): maioria dos membros revelam apoio de aceleração das altas

O BTG Pactual (BPAC11) informa que, sobre os oito membros votantes do FOMC em 2022, a maioria já revelou apoio para uma aceleração do ritmo de altas de 25bps para +50bps na próxima reunião, em 4 de maio.

O BTG avaliou ainda que a ata reafirmou o tom hawk, bem como das falas dos membros das últimas semanas.

Além disso, o banco considerou que o Comitê avançou na discussão do ajuste do balanço do Fed, conforme sinalizado por Powell. Para o BTG, em linhas gerais, eram esperadas simulações sobre o processo, colocando um cap de US$ 80 bi/mês como cenário inicial, mas a ata mostrou cenário de US$ 95 bi/mês.

“Vale ressaltar que vários membros reforçaram a opção de um ritmo mais acelerado do que aquele verificado entre 2017 e 2019 (que teve pico próximo de US$ 50 bi/mês). O cap mensal pode ser revisto de três em três meses, ou mais, a depender da situação econômica”, informou relatório do BTG sobre oa ata do Copom.

Sobre a alta de juros, no comparativo ao ciclo de 2015, o comitê entende que o estágio atual da economia – incluindo o cenário de inflação e mercado de trabalho – demandará um ciclo mais rápido de alta de juro.  O que já está na curva.

“Apesar da decisão por 25 bps, alguns participantes apontaram que uma ou mais altas de 50bps seria ‘apropriado’ para reuniões futuras. Apenas um membro votou efetivamente por 50bps (Bullard), mas agora sabemos que vários já estavam com a mesma cabeça para os próximos eventos. Hawk, reforçando falas recentes”, completou o relatório.

Para o banco, dentre os riscos inflacionários, os participantes voltaram a reforçar a forte demanda agregada, pressão de preços de energia e commodities, e a interrupções na cadeia de suprimentos, que precisarão de um período longo para serem resolvidas.

Além disso, a desancoragem é um ponto de preocupação (a inflação afetando a dinâmica futura) e o mercado de trabalho, com pressão salarial. Hawk, mas em linha.

O comitê entende que os valuations elevados em diversos mercados seriam uma ameaça menor para a estabilidade financeira do que em reversões anteriores. O nível controlado de endividamento das famílias e o balanço mais saudável das grandes empresas listadas sugere que o sistema financeiro estaria mais resiliente a novos choques.