21 Set 2021 às 11:00 · Última atualização: 21 Set 2021 · 5 min leitura
21 Set 2021 às 11:00 · 5 min leitura
Última atualização: 21 Set 2021
Você é daqueles que negocia uma ação já sabendo de antemão o patrimônio e a saúde financeira da empresa ou toma decisões baseadas tão somente no momento do ativo? Se é o seu caso precisa conhecer a análise fundamentalista.
A análise fundamentalista vai na contramão do “oba oba” comum na Bolsa, muitas vezes pautado por especulações e boatos.
O trader fundamentalista tem uma visão mais real do ativo. Ele avalia diversas informações financeiras da empresa, tais como:
No entanto, a análise fundamentalista não se resume à visão contábil de uma empresa. Seus estudos também direcionam para informações de noticiários referentes à área de atuação da instituição.
Vários fatores externos compõem essa análise, como por exemplo:
Deu para perceber que a análise fundamentalista se torna muito ampla se colocado esse conjunto de dados no papel.
Por isso, o Eu Quero Investir irá apresentar alguns indicadores de ordem fundamentalista que ajudarão a enxergar o mercado financeiro de uma forma mais sólida.
É importante dizer que o preço de um ativo no pregão não necessariamente reflete o valor “real” do ativo.
A explicação é simples: muitas vezes o preço do papel sofre alterações devido a especulações positivas ou negativas. Além disso, um boato pode mudar completamente o preço da ação. Põe nessa conta também eventuais projeções da ação.
Como dissemos, a análise fundamentalista mira projetar o valor patrimonial desse ativo.
A partir disso, vamos explicar o que é Valor Patrimonial por Ação (VPA).
Em resumo, o VPA é um indicador do valor patrimonial líquido da empresa. Ou seja, a ideia desse indicador é verificar se o preço praticado no mercado está batendo com o valor patrimonial.
Desta forma, com base no resultado apresentado usando o VPA, o trader analisará se um determinado ativo está com o preço abaixo do mercado ou se está acima do mercado.
Lembrando que o ideal é fazer um estudo amplo para operar, não usando apenas o VPA como referência.
Para calcular o VPA é necessário saber o patrimônio líquido de uma empresa (PL).
Vale lembrar que PL é o resultado da soma de todos os ativos com os passivos. Por fim, o que sobrou é o patrimônio líquido.
Portanto, o cálculo do VPA é simples. Basta pegar o patrimônio líquido de uma empresa e dividir pela quantidade de ações que essa empresa jogou no mercado.
Imagine que uma empresa A teve patrimônio líquido de R$ 300 milhões. Essa empresa emitiu 30 milhões de ações.
O cálculo será 300 milhões dividido por 30 milhões. Portanto, o VPA dessa empresa é de R$ 10.
Imagine que a ação dessa empresa esteja custando R$ 15 na Bolsa.
Seguindo esse valor, vamos dividir o preço praticado no mercado (P) pelo VPA.
Assim, teremos 15 dividido por 10. O resultado de P/VPA é 1,5.
Ou seja: o valor no pregão está 50% maior do que o Valor Patrimonial da Ação. Em resumo temos:
Outro indicador de análise fundamentalista, o Dividend Yeld (DY), mede o rendimento de uma empresa de acordo com os dividendos pagos.
Dividend Yeld pode ser traduzido por Rendimentos de Dividendos. Esse indicador é importante para buscar empresas que apresentam melhor relação no pagamento de proventos por ação.
O cálculo DY é feito da seguinte forma: pega-se os dividendos pagos por ação, divide pelo valor atual da ação e multiplica por 100.
Pense numa empresa que oferece R$ 3 de dividendo por ação. A ação está custando R$ 50.
Desta forma, o cálculo será: (3÷50) x 100 = 6%.
Em outras palavras, o Dividend Yeld informa que cada ação dessa empresa está oferecendo 6% de retorno em dividendos.
Um conselho importante: quando um cálculo do DY apresenta porcentagem alta, isso nem sempre quer dizer que o provento é alto. Isso pode ser sinal de que o preço da ação está muito desvalorizado.
Por isso, é aconselhável usar mais de um indicador para analisar uma ação.
A análise fundamentalista mistura informações de dentro da empresa e fora dela.
Vamos pegar o exemplo da Petrobrás. Levando em consideração seu histórico recente, a petroleira levou três tombos homéricos por razões externas.
O primeiro deles veio no começo de 2020, com a pandemia do Covid-19, que afetou todo o mercado financeiro.
A segunda bomba aconteceu em março de 2020 por causa da crise econômica e diplomática envolvendo a Rússia e Arábia Saudita.
Os dois países não se acertaram e prometeram continuar produzindo petróleo, muito mais do que era necessário naquele momento de pandemia. Por essa razão, o petróleo encalhou, gerando uma enorme desvalorização do preço do petróleo pelo mundo.
Por fim, a mais recente pancada ocorreu em fevereiro, quando o presidente Jair Bolsonaro demitiu o então presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco. Em seu lugar, foi nomeado o general Joaquim Silva e Luna. Com isso, a ação da empresa despencou.
Antes da troca, a PETR4 custava R$ 27,33. Depois da troca de comando, o papel fechou em R$ 21,67.
Logicamente que é difícil antever notícias como essas, mas o investidor fundamentalista visa:
(Por Bruno Thadeu)