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Como a alta do trigo e do milho pode afetar as empresas do setor alimentício?

Como a alta do trigo e do milho pode afetar as empresas do setor alimentício?

Como a alta do trigo e do milho pode afetar as empresas brasileiras e os investimentos no setor alimentício? 

A guerra no leste europeu completou um mês na última quinta-feira (24) e, durante esse período, diversos setores da economia sentiram os impactos causados pelo confronto entre Rússia e Ucrânia. 

O preço do petróleo e do gás natural apresentou forte elevação desde o início da guerra. Além disso, as commodities agrícolas passam por uma situação preocupante, uma vez que os dois países são grandes exportadores de matérias-primas primordiais para a produção de alimentos, sobretudo o trigo e o milho. 

No que diz respeito ao trigo, os dois países juntos são responsáveis pela exportação de aproximadamente 210 milhões de toneladas, algo em torno de 30% do comércio mundial. Já em relação ao milho, Rússia e Ucrânia representam 19% da exportação do grão, conforme os dados do banco JP Morgan. 

Como é possível observar nos mercados e açougues, as consequências são sentidas no bolso do consumidor, visto que os preços de diversos produtos (óleo, farinha de trigo, macarrão, carnes, entre outros) já apresentaram elevação. 

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E para piorar a situação, o Banco Central (BC) subiu a taxa básica de juros (Selic) para 11,75%, o que provocou mais elevação nos valores dos alimentos, logo em um momento em que o índice de desempenho econômico (IBC-Br) indica um início de ano tênue para a economia brasileira, com queda de 0,99% comparado a dezembro. 

Mas, além dos consumidores, como a alta do trigo e do milho afeta as empresas brasileiras do setor alimentício e os investimentos neste segmento? Confira neste artigo. 

Alta do trigo e do milho: veja como essa escalada pode impactar empresas nacionais

A seguir, explicamos como a alta do trigo e do milho pode afetar algumas empresas brasileiras do segmento alimentício. 

M. Dias Branco (MDIA3)

A M. Dias Branco (MDIA3) atua na produção e comercialização de produtos do setor alimentício, tendo o trigo como matéria-prima principal, além dos óleos vegetais. Embora a companhia pratique a estocagem para garantir cerca de quatro meses de consumo, ela pode ser prejudicada caso o conflito se estenda por muito tempo e afete a exportação do grão. 

Apesar do cenário, a empresa registrou números positivos no último mês, já que suas ações deram salto de 7,28% e, nos últimos cinco dias, os papéis da M. Dias Branco tiveram um crescimento de 10,64%.  

O início da semana também foi satisfatório para a empresa, com as ações operando em elevação de 2,59%.

 

Ambev (ABEV3)

Além do trigo e do milho, a Ambev (ABEV3) necessita de outras commodities exportadas pelos países do leste europeu para desenvolver sua produção, como o açúcar e o alumínio. Por isso, a alta nos preços deve dificultar que a empresa apresente resultados expressivos. 

Contudo, a Ambev ainda não sofreu muitos impactos na bolsa de valores. No último mês, os papéis da companhia aumentaram 1,24%. Já nos últimos cinco dias, as altas foram mais significativas: + 2,37%. 

Nesta segunda, os papéis da empresa operaram em salto de 2,58%. 

Ações Ambev

Minerva (BEEF3)

A Minerva (BEEF3) é uma empresa que atua no segmento de carnes. Em relação à escalada do trigo, a companhia não sofrerá grandes impactos. Todavia, a alta do milho pode afetar as operações, uma vez que o grão é utilizado para a alimentação dos animais. 

No mês que passou, a Minerva viu suas ações crescendo 10,27%, e, no balanço dos últimos cinco dias, os papéis registraram saldo positivo, operando em crescimento de 2,94 %. 

Já nesta segunda, as ações da empresa operaram em elevação de 4,26%.

Ações Minerva

BRF (BRFS3)

A BRF (BRFS3) necessita do fornecimento de milho e soja em virtude de os custos de produção, tanto de frangos quanto de suínos, estarem relacionados a esses grãos. Por esse motivo, a alta das commodities pode impactar negativamente os resultados da empresa. 

Entretanto, o desempenho da empresa na bolsa foi positivo no último mês, com as ações apresentando crescimento de 5,08%. Nos últimos 5 dias, os papéis da empresa apresentaram aumento de 3,21 %. Nesta segunda, os ativos saltaram 2,12%.

JBS (JBSS3)

Em 2021, a JBS (JBSS3) foi bastante impactada pela alta das commodities, apresentando prejuízos que giram em torno de 20%. A tendência é que a empresa continue sendo afetada em razão do conflito entre Rússia e Ucrânia. 

Na bolsa de valores, a companhia teve resultados insatisfatórios no último mês, registrando quedas de 1,50% nas suas ações. Em relação aos últimos cinco dias, os papéis caíram quase 4,20%. A semana, porém, começou com os ativos subindo 1,64%. 

Ações da JBS

Camil Alimentos (CAML3) 

A Camil (CAML3) passará a depender mais do trigo, já que adquiriu recentemente a Santa Amália para começar negócios no nicho de massas. No entanto, o volume ainda é baixo, por isso, o impacto da alta do trigo será menor. 

Mesmo assim, no que se refere ao desempenho da companhia na bolsa, os resultados são negativos. Em relação ao último mês, os papéis apresentaram aumento de 0,43%. No entanto, os últimos cinco dias foram negativos, visto que as ações caíram 0,83%. 

Já nesta segunda, as ações operaram em 0,00% no final do dia.

Ações da Camil

O desempenho das ações na bolsa tem relação com a alta das commodities agrícolas? 

Embora a alta do trigo e do milho possa afetar futuramente as empresas brasileiras do setor alimentício, até o momento, nenhum impacto foi percebido. Além disso, os resultados apresentados não têm relação direta com o conflito, destaca Elias Wiggers, assessor de investimentos e sócio da EQI Investimentos. 

Segundo Wiggers, neste caso, o consumidor será o mais afetado, uma vez que o aumento no preço do milho e do trigo se reflete na prateleira dos estabelecimentos, atingindo o bolso das famílias. Mas, ressalta, que isso “não está necessariamente se refletindo nas ações da empresa”. 

Juros têm mais impactos nos investimentos

Wiggers explica que o conflito no leste europeu provoca mais impactos nos juros do que nas commodities agrícolas. De acordo com o assessor de investimento, “o conflito se estendendo desestimula o consumo, o que é normal em qualquer conflito, por conta das incertezas que a guerra provoca”. 

Ele explica: 

“E o que a incerteza faz? Posterga o consumo! Se você tem menor consumo, há uma expectativa de uma pressão inflacionária menor. Se você tem menos inflação, o governo americano não precisa subir tanto os juros para controlar essa inflação. E se os Estados Unidos não sobem tanto os juros, o Brasil ganha espaço para não precisar subir também, porque competimos com o mercado global”. 

Wiggers destaca que a inflação em níveis elevados vai causar mais impacto no bolso do consumidor do que do investidor. Além disso, sugere que é um bom momento para aproveitar os juros altos e buscar oportunidades de renda fixa. 

  • Quer saber quais são os investimentos mais inteligentes em um momento de alta do trigo e do milho? Então preencha este formulário que um assessor da EQI Investimentos entrará em contato para mostrar as aplicações disponíveis!