A Tesla (TSLA; TSLA34) reportou nesta terça-feira (22) um lucro líquido de US$ 409 milhões no primeiro trimestre de 2025 (1TRI25), o que representa uma queda de 71% em relação aos US$ 1,39 bilhão obtidos no mesmo período do ano passado. O lucro por ação foi de apenas US$ 0,12, abaixo dos US$ 0,27 ajustados e bem distante da projeção de mercado, de US$ 0,39.
A receita total da empresa também ficou abaixo das previsões: US$ 19,34 bilhões frente aos US$ 21,11 bilhões esperados. O recuo anual foi de 9%, ante os US$ 21,3 bilhões registrados um ano antes. A receita automotiva, principal fonte de faturamento da Tesla, teve queda ainda mais acentuada, de 20%, totalizando US$ 14 bilhões.
Segundo a companhia, parte do recuo deve-se à modernização das linhas de produção em suas quatro fábricas, necessária para iniciar a produção de uma versão atualizada do SUV Model Y. Além disso, a Tesla apontou os preços médios de venda mais baixos e os incentivos comerciais como fatores que pressionaram suas margens de lucro.
Tesla: crescimento em outros segmentos
O lucro operacional do trimestre também recuou significativamente, caindo 66%, para US$ 400 milhões, com margem operacional de 2,1%. Sem a contribuição dos créditos regulatórios ambientais — que somaram US$ 595 milhões — a montadora teria registrado prejuízo em sua operação automotiva. Esses créditos haviam rendido US$ 432 milhões no mesmo período do ano passado.
Apesar dos resultados negativos, a Tesla apresentou crescimento em outros segmentos. A receita com geração e armazenamento de energia aumentou 67%, atingindo US$ 2,73 bilhões, impulsionada pelo crescimento da demanda por soluções energéticas associadas à infraestrutura de inteligência artificial. A empresa afirmou que seus produtos têm papel crescente na estabilização das redes elétricas e no fornecimento de energia em momentos críticos.
O trimestre foi particularmente difícil para a companhia de Elon Musk, que dividiu seu tempo entre a Tesla e o trabalho feito com o presidente Donald Trump para reduzir as despesas do governo federal. As preocupações com o plano de tarifas de Trump, que pode elevar o custo de peças e materiais fundamentais para a produção de veículos elétricos, adicionaram incertezas ao cenário da montadora.
Em meio ao ambiente adverso, as ações da Tesla acumulam queda de 41% em 2025 e encerraram o dia com pouca variação, após registrarem a pior performance trimestral desde 2022 no primeiro trimestre do ano.
A empresa também enfrenta protestos nos Estados Unidos e na Europa, após Musk demonstrar apoio ao partido de extrema direita alemão AfD. Além disso, no início do mês, a Tesla informou uma queda de 13% nas entregas globais do trimestre, totalizando 336.681 unidades.
Sem prometer crescimento para o ano, a Tesla afirmou que revisará sua orientação para 2025 apenas na próxima atualização trimestral. A companhia alertou os investidores sobre o aumento da incerteza nos mercados automotivo e de energia, causado pela rápida evolução das políticas comerciais e pelo sentimento político instável, fatores que podem afetar significativamente a demanda de curto prazo.
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