O banco BTG Pactual (BPAC11) vê deterioração das perspectivas para Magalu (MGLU3) após prejuízo apurado no 2TRI22. Porém, o banco de investimentos manteve a recomendação de compra para os papéis da empresa.
Segundo relatório do banco, como esperado, a Magalu apresentou resultados fracos, refletindo a difícil base de comparação de e-commerce do ano passado, as condições de mercado mais difíceis (queda de 3% no e-commerce brasileiro no 2T22, segundo a Neotrust,) e com a operação de lojas físicas novamente impactada por pressões inflacionárias e pela menor demanda por eletrônicos e eletrodomésticos.
O indicador SSS (vendas em mesmas lojas) caiu 8,2% a/a, enquanto o GMV do e-commerce cresceu 1,9% a/a, 5% abaixo da projeção BT.G. O que implica em um acréscimo de R$ 190 milhões no GMV online. O GMV total foi de R$ 13,9 bilhões, 6% abaixo da estimativa, enquanto a empresa encerrou o trimestre com 200 mil sellers (vs. 180 mil no 1T22) e com 36% de seu GMV online vindo da operação 3P (estável t/t).
Magalu (MGLU3): inflexão em fluxo de caixa
Ainda de acordo com o relatório BTG, a maior participação do e-commerce nas vendas foi compensada por maiores vendas de serviços ( 26% a/a) e aumentos de preços, levando a margem bruta a subir 300bps a/a, enquanto a margem EBITDA ajustada cresceu 60bps a/a para 5,7%, com o EBITDA ajustado crescendo 8,1% a/a para R$ 492 milhões (6% abaixo da expectativa), impactado pela desalavancagem operacional.
Isto ocorreu devido a uma operação mais fraca de lojas físicas (otimização das despesas de marketing e logística a partir de março). A empresa reportou um prejuízo líquido ajustado de R$ 112 milhões, também impactado por uma grande deterioração nos resultados financeiros devido à maior taxa Selic no período. Após reportar um fluxo de caixa operacional de -R$ 2,9 bilhões no 1TRI22, o Magalu registrou R$ 1,3 bilhão no 2T22, com -R$ 132 milhões em necessidades de capital de giro.
A plataforma de fintech da rede varejista 67% a/a para R$ 22 bilhões em TPV – volume total de pagamentos. Analisando os resultados da Luizacred, o prejuízo líquido foi de R$ 29 milhões (ante R$ 48 milhões no 2TRI21), com crescimento de 58% a/a nas receitas de intermediação financeira, enquanto as provisões aumentaram 75% a/a para R$ 559 milhões, refletindo crescimento da carteira (principalmente cartões de crédito). Os créditos vencidos há mais de 90 dias representaram 7,7% da carteira (vs. 6,6% no 1T22 e 4,7% no 2T21), com índice de cobertura de 160% (vs. 222% no 2T21).
Perspectivas macro difíceis
Conforme conclui o relatório, os resultados foram fracos, e o banco ainda espera que as ações continuem voláteis nos próximos meses, apesar de uma grande correção (-58% no acumulado do ano).
Embora a ação esteja negociando em seus níveis mais baixos de mais de 5 anos do ponto de vista de EV/vendas e EV/GMV, o BTG ainda espera que ela continue pressionada no curto prazo por: crescimento lento do GMV online, dada sua exposição a categorias cíclicas como eletroeletrônicos e eletrodomésticos, e a baixa (mas crescente) penetração do negócio 3P no GMV online; o fraco desempenho da operação de lojas físicas, continuando a gerar desalavancagem operacional; o impacto do aumento das taxas de juros no Brasil (levando a maior inadimplência nos próximos trimestres) nos resultados da Luizacred; e o maior custo de captação para desconto de recebíveis, impactando o resultado financeiro e o resultado líquido.
Resultado no 2TRI22
O Magalu (MGLU3) registrou prejuízo líquido de R$ 135 milhões no segundo trimestre deste ano, deixando um lucro líquido obtido um ano antes.
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