Prada e Versace, dois grandes nomes da moda italiana agora fazem parte do mesmo império. A Prada (1913; PRDSY) anunciou nesta quinta-feira (10) a aquisição da Versace por cerca de US$ 1,4 bilhão (€ 1,25 bilhão), marcando uma das movimentações mais relevantes do setor de luxo nos últimos anos.
A transação promete transformar o cenário da moda de alto padrão na Itália, reunindo duas das marcas mais influentes do país sob um mesmo guarda-chuva.
Uma virada estratégica
A Versace, atualmente pertencente à americana Capri Holdings (CPRI; CAPH34) – que também controla Michael Kors e Jimmy Choo -, foi vendida por um valor inferior ao que havia sido pago em 2018, quando a Capri desembolsou US$ 2 bilhões pela grife. A venda, agora por cerca de US$ 1,4 bilhão, reflete as mudanças nas preferências dos consumidores de luxo.
Segundo analistas, a Versace sofreu impacto com a ascensão do “luxo discreto”, ou quiet luxury, tendência que favorece peças minimalistas e elegantes, enquanto a estética da marca italiana é reconhecida por estampas ousadas e chamativas. A mudança no perfil de consumo ajudou a desvalorizar a marca no mercado atual.
Fortalecimento do luxo italiano
Com a aquisição, a Prada dá um passo decisivo para se consolidar como um verdadeiro conglomerado de luxo na Itália, algo que o país, apesar de sua tradição na moda, ainda não havia alcançado em comparação com os gigantes globais. Atualmente, mais da metade da produção mundial de bens de luxo pessoais vem da Itália, segundo a consultoria Bain. No entanto, os grandes grupos ainda são majoritariamente franceses ou americanos, como a LVMH (LVMH), dona de marcas como Louis Vuitton e Dior.
Achim Berg, consultor da indústria de luxo, comentou à Reuters: “A ambição da Prada de se tornar um conglomerado de luxo italiano líder é um movimento significativo em um mercado dominado por grupos franceses. É exatamente o que muitos italianos esperavam”.
Donatella sai de cena
Fundada em 1978 por Gianni Versace, a marca ganhou força sob o comando de sua irmã, Donatella Versace, que atuou como diretora criativa por três décadas. Sua saída em março de 2025 encerrou um ciclo marcante na história da empresa e abriu caminho para a mudança de controle.
Próximos capítulos na moda italiana
A aquisição da Versace acende especulações sobre o futuro de outras marcas independentes no país, como Armani e Dolce & Gabbana, ainda familiares e fora da bolsa. Seus próximos passos podem ser cruciais para a consolidação de uma verdadeira potência italiana que rivalize com os conglomerados internacionais.
Com essa movimentação, a Prada reforça sua posição como o maior grupo de moda de luxo da Itália em receita, com valor de mercado estimado em € 14 bilhões. A compra da Versace é mais do que uma fusão de marcas: é um passo estratégico rumo à construção de um novo polo global de luxo, agora com sotaque italiano.
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