A Kora Saúde (KRSA3) anunciou que seus acionistas controladores, Fuji Brasil Partners IC e Viso Advantage, decidiram não prosseguir com a oferta pública de aquisição de ações (OPA) após a rejeição da proposta de saída voluntária da empresa do Novo Mercado. A decisão foi tomada durante a Assembleia Geral Extraordinária (AGE).
A proposta de OPA, inicialmente comunicada em 3 de maio, dependia da aprovação da saída do Novo Mercado, o que não ocorreu.
Em consequência, a condição suspensiva para o lançamento da oferta não foi atendida, levando os acionistas controladores a desistirem do pedido de registro da OPA.
A administração da Kora Saúde informou que continuará buscando alternativas para reequilibrar sua estrutura de capital e implementar sua estratégia de crescimento.
Kora Saúde: assembleia polêmica
Em uma assembleia que contou apenas com a participação dos acionistas minoritários, a Kora Saúde rejeitou a proposta de saída do Novo Mercado, segmento da B3 (B3SA3) conhecido por suas rigorosas práticas de governança corporativa.
A reunião foi marcada por uma polêmica envolvendo a B3, que impediu a participação de Bruno Moulin Machado e Ivan Lima, fundadores da Kora.
De acordo com a B3, ambos têm ligação com o fundo HIG Capital, controlador da Kora Saúde com 68,4% do capital e responsável pela convocação da assembleia. Embora o fundo já estivesse impedido de votar, a participação dos fundadores poderia influenciar a favor da proposta do HIG, já que eles detêm 10,6% das ações da empresa, representando quase metade dos papéis em circulação.
Apesar de serem minoritários, Machado e Lima fazem parte de um acordo de acionistas com o controlador, o que gerou insatisfação entre outros minoritários, que consideraram a situação um abuso de poder.
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Votação e consequências
Somente os demais minoritários votaram na assembleia, incluindo gestoras como Leblon Equities, Polo Capital e Itaú, todos contrários à proposta do HIG. Mesmo impedidos de votar, Machado e Lima manifestaram-se contra a saída da Kora do Novo Mercado, sugerindo que o resultado seria o mesmo caso tivessem participado.
Impacto no mercado
Ao propor a saída do Novo Mercado, o HIG argumentou que a listagem no segmento mais rigoroso de governança restringe as alternativas disponíveis para a rede de hospitais.
As regras do Novo Mercado impedem, por exemplo, a emissão de ações preferenciais (sem direito a voto) e a fusão com empresas fora do segmento de listagem da B3.
A proposta inicial era migrar voluntariamente para o segmento básico de listagem da bolsa, seguida de uma OPA para retirar a Kora da bolsa, com uma oferta de R$ 0,87 por ação, avaliando a empresa em R$ 673 milhões. Com a derrota na assembleia, o HIG anunciou a desistência da OPA.
Desde sua abertura de capital na B3 há três anos, as ações da Kora sofreram uma queda de aproximadamente 90%.
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