Um grupo de senadores americanos está se mobilizando junto à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) para impedir a abertura de capital (IPO) da JBS (JBSS3) na bolsa de Nova York.
A iniciativa visa resguardar os acionistas nos EUA, conforme mencionado em carta enviada ao presidente da SEC, Gary Gensler, em 11 de janeiro.
Os senadores destacaram preocupações relacionadas ao histórico da JBS, incluindo casos de corrupção, abusos dos direitos humanos, monopolização do mercado frigorífico e riscos ambientais. Além disso, expressaram receios de que a listagem fortaleça a posição da empresa no mercado americano, prejudicando a competitividade do setor e afetando agricultores e pecuaristas locais.
Na carta, os parlamentares solicitaram à SEC uma análise minuciosa da documentação preliminar da JBS para garantir que a empresa forneceu todas as informações necessárias sobre esses temas sensíveis.
Os senadores referiram-se a incidentes passados, como a declaração de culpa da J&F Investimentos, controladora da JBS, em casos de suborno no Brasil e nos EUA, e casos de desmatamento na Amazônia vinculados à venda de gado à empresa.
Procurada, a JBS destacou que a dupla listagem aumentará a fiscalização sobre seus processos, sujeitando-os aos padrões da SEC e da bolsa de Nova York.
Os argumentos dos senadores alinham-se com o movimento “Ban The Batistas”, que busca proteger agricultores, pecuaristas, consumidores e investidores americanos dos riscos de um IPO da JBS – o movimento criou até um site sobre os riscos da JBS. O grupo menciona uma possível elevação para 90% da posição dos acionistas majoritários, os irmãos Joesley e Wesley Batista, com a listagem. Atualmente, a JBS é a maior fornecedora de carnes do mundo.