A EQI Research reitera compra para Movida (MOVI3) após participação no Movida Day, em São Paulo. Na ocasião, foram discutidas oportunidades com os principais diretores da companhia o direcionamento estratégico, além de novas tendências do setor.
“Saímos convencidos que o novo plano estratégico pode ser uma solução frente ao cenário setorial desafiador, buscando maior geração de caixa e aumento da eficiência operacional. Reiteramos nossa recomendação de compra, mas estamos atualizando as nossas projeções com a nova estratégia da companhia”, informou parte do relatório da EQI Research.
Segundo o documento, Renato Franklin, CEO, e Edmar Prado, CFO, apresentaram a nova estratégia da companhia, que pretende continuar com a renovação acelerada da frota, desmobilizando os carros com menor tempo operacional quando comparado com empresas similares. Isto porque a renovação aumenta o volume de carros comprados, e consequentemente o poder de negociação com as montadoras, garantindo melhores condições de aquisição.
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Movida (MOVI3): cenário de maior disponibilidade de carros novos
Segundo o relatório da EQI Research, no cenário do setor automotivo, observamos uma maior disponibilidade de carros novos, o que apesar de também aumentar o poder de negociação da companhia, desvaloriza os carros da atual frota. Nesse cenário a depreciação líquida da frota aumenta e então a rentabilidade do ciclo operacional do veículo diminui.
A empresa apresentou a nova estratégia da companhia frente a nova dinâmica do mercado no segmento de Aluguel de Carros (RAC). Na avaliação da EQI Research, a companhia espera mudar o mix de veículos, migrando das SUV para carros populares.
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“Ao longo do processo de renovação a empresa deve ter geração positiva de caixa, diminuindo a alavancagem financeira, pois os carros vendidos possuem maior valor que os comprados, e aumentando o retorno aos acionistas em um cenário de alta gastos financeiros. Contudo, esse movimento deve reduzir os preços médios das diárias médias, o que a companhia espera compensar com fatores que vamos descrever mais adiante”, aponta trecho do relatório.

Cenário para gestão e tercerização
No segmento de Gestão e Terceirização de Frota (GTF), a empresa deve manter a estratégia atual, pois a precificação reflete as atuais condições macroeconômicas e setoriais. Apesar disso, a equipe da Research destaca o risco de inadimplência, visto que boa parte dos seus clientes são pequenas e médias empresas, mais sensíveis a momentos econômicos difíceis.
O vice-presidente de Aluguel de Carros, Jamyl Jarrus, apresentou a perspectiva de crescimento do segmento RAC. O catalisador de crescimento desse segmento deverá ser a penetração da locação na frota de pessoas físicas, aumentando o número e a recorrência de clientes, segundo os cálculos da companhia, o mercado potencial é de 934 mil carros, o que representa 42% de crescimento potencial, na avaliação da EQI Research.
“A empresa espera continuar elevando o preço médio das diárias, com meta de alcançar R$ 150 no 4TRI22, porém o aumento da representatividade de carros populares em sua frota atua na direção oposta da precificação. Para compensar esse movimento, a empresa está aumentando o volume de diárias eventuais frente a locação mensal, que possuem maior valor que as demais”, aponta outro trecho do relatório.
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Relatório da Research aponta que a companhia deva desacelerar o crescimento nesse segmento, consequência do cenário mais difícil e da maior competição com a Localiza (RENT3). Nessas condições, acredita que as vantagens competitivas se tornam mais claras, e, portanto, RENT# deve ser a empresa dominante nos próximos trimestres.
Avenidas de crescimento e vantagens competitivas
Felipe Zogbi, o vice-presidente de Gestão e Terceirização de Frotas, iniciou a apresentação mostrando que as estimativas de mercado endereçável para o GTF são de 8 milhões de carros corporativos, com apenas 6% de penetração das locadoras, e 1 milhão de carros por ano para aluguel mensal de pessoas físicas.
“Acreditamos que esse segmento deve ser a principal avenida de crescimento da empresa, visto que o crescimento desse mercado é uma oportunidade para MOVI aumentar suas vantagens competitivas, tanto na frota corporativa, carro por assinatura (Movida Zero km) e em licitações públicas (CS Frotas)”, aponta mais um trecho do relatório.
A EQI Research destacamos ainda a digitalização dos processos operacionais no GTF, esses investimentos em tecnologia fazem parte da estratégia da companhia para viabilizar o serviço para pequenas e médias empresas, diversificando a base de clientes.
Internacionalização
Com relação ao processo de internacionalização da empresa, a aquisição da locadora portuguesa Drive on Holidays por 66 milhões de euros é um movimento considerado estratégico buscando diversificar a receita geograficamente. O racional da aquisição é a buscar sinergias operacionais e replicar o modelo de negócio do Grupo Simpar (SIMH3), controladora da Movida, em Portugal.
Isso significa que a empresa estaria buscando no primeiro momento capturar o mercado de turistas brasileiros na Europa, e no longo prazo consolidar o mercado de locação no país, que ainda é fragmentado e majoritariamente formado por franquias, estas que não possuem poder de escala na negociação com montadoras.
“Destacamos também que os primeiros contatos comerciais da MOVI na Europa levantaram a possibilidade de uma operação de buy back no Brasil, onde a montadora recompra o carro seminovo após o ciclo operacional do veículo na locadora, diminuindo significativamente o risco de execução do modelo de negócio. Essa operação apesar de benéfica para ambas as partes, diminui a participação de mercado das concessionárias, que possuem alto poder de barganha com as montadoras”, diz outro trecho do documento.
Nova linha de negócios
O relatório da EQI Research destaca ainda que a Movida lançou recentemente uma nova linha de negócio, SAT, focado em serviços de telemetria e prevenção de perdas, seja por roubos ou falta de manutenção.
A Research acredita que o investimento nessas novas tecnologias deve aumentar a margem operacional da empresa no longo prazo, diminuindo os custos de manutenção, perdas e avarias. Além disso, o maior volume de informações sobre os veículos auxilia na precificação da renovação dos contratos de locação e na desmobilização do veículo. Dentro do ecossistema Simpar, a SAT já está atuando em outras frentes, como caminhões da JSL (JSLG3), permitindo a escala necessária para viabilizar o projeto.
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