A diretoria da Americanas (AMER3) vai ao Senado explicar o rombo de R$ 20 bilhões reportado pela empresa em 11 de janeiro e que deu início a mais profunda crise vivida pela rede varejista. O deputado Otto Alencar (PSD-BA), autor do requerimento aprovado hoje (14), disse que as inconsistências financeiras levantam dúvidas se o mesmo não ocorre com outras companhias.
Os depoimentos ocorrerão em sessão da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), do Senado Federal. Segundo Alencar, esse rombo se originou por conta de um problema de registro de dívidas da empresa com fornecedores e bancos, segundo a Agência Senado. Ele explicou ainda que o mercado financeiro se pergunta se métodos contábeis semelhantes acontecem com outras companhias do mercado.
“Na operação, a empresa compra mercadoria dos fornecedores e, antes da venda, ela quita essa dívida com um empréstimo do banco. Com isso, o fornecedor recebe e a companhia paga depois a instituição bancária com os juros. Isso é legal. O problema foi na hora de registrar essas dívidas. Em vez de registrar a dívida financeira, a Americanas registrava no balanço a dívida com o fornecedor, que não tinha juros”, explicou ele, no requerimento.
Diretoria da Americanas (AMER3) vai ao Senado: ex-CEOs podem ser chamados
O parlamentar pede que seja ouvido o ex-CEO da Americanas Miguel Gutierrez, que esteve à frente da companhia por duas décadas antes que Sérgio Rial assumisse por apenas dez dias.
Rial é outro executivo que também deverá ser chamado para dar sua versão dos fatos. Os ex-diretores Anna Christina Ramos Saicali, José Timotheo de Barros e Marcio Cruz Merelles, além do presidente da Febraban, Isaac Sidney Menezes Ferreira também devem ser ouvidos, assim como outro requerimento pede que também seja chamado o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro do Nascimento.
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