Uma carteira mais conservadora e defensiva, incluindo algumas ações com exposição cambial, foi a escolha da EQI Research para o mês de dezembro.
Entraram este mês na carteira Vale (VALE3), Porto Seguro (PSSA3), Vibra Energia (VBBR3) e Eletrobras (ELET3).
Seguem na carteira recomendada de ações de dezembro Itaú Unibanco (ITUB4), Prio (PRIO3), Tupy (TUPY3), Lojas Renner (LREN3), Assaí (ASAI3) e Sabesp (SBSP3).
E saem, na comparação com a carteira recomendada de ações de novembro, B3 (B3SA3), SLC Agrícola (SLCE3), Aliansce Sonae (ALSO3) e Simpar (SIMH3).
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Carteira recomendada de ações de dezembro: cenário segue adverso
Segundo a EQI Research, o ambiente internacional continua adverso, com desaquecimento na economia e piora geopolítica.
Confira as análises por países que mais impactam o cenário doméstico:
China
A liderança chinesa busca administrar dois problemas sérios, que comprometem o crescimento econômico, fonte de legitimidade do regime do Partido Comunista Chinês:
- Crise no setor imobiliário, com as construtoras recebendo suporte para finalizar obras;
- Política Covid-zero, que tem impedido a retomada consistente da atividade econômica. A rigor, quase 3 anos depois, a China ainda está em pandemia.
“Ainda que mudanças na política Covid-zero sejam prováveis, nenhum dos dois problemas terá solução rápida e o crescimento chinês deverá continuar abaixo do potencial por algum tempo. Ainda assim, a simples sinalização de mudanças já teve impacto nos preços de commodities e das ações das empresas com maior exposição à China”, afirma a Research em relatório.
“A demonstração do cansaço da população está fazendo o governo se mexer mais rapidamente, o que é um tanto melhor”, pondera Luís Moran, head da EQI Research.
Estados Unidos
Segundo o Federal Reserve (Fed), os juros ainda precisam subir mais e ficar altos por mais tempo – talvez até 2024 -, para trazer inflação para a meta.
A recessão ainda é o cenário mais provável. Enquanto isso, em novembro, o mercado esteve animado com a perspectiva de que o Fed fizesse uma pausa ou ao menos reduzisse a velocidade das altas nas próximas reuniões. Os dados econômicos devem ditar este ritmo.
“O Fed tem sido muito claro no recado ao mercado. Está na hora de começar a subir juros mais lentamente, provavelmente em dezembro, mas a taxa final vai ser acima de 5%, e os juros ficam altos por mais tempo para controlar a inflação. Todos os membros do Fed que falam, seguem nessa direção”, diz Moran.
Europa
A Guerra Rússia-Ucrânia não parece ter solução rápida à vista, tornando ainda mais complexa uma situação que já era ruim, de inflação e baixo crescimento. Provavelmente, a Europa terá nos próximos anos inflação estruturalmente mais alta e crescimento econômico menor.
“A Europa é uma situação mais complicada. A guerra não tem nenhuma resolução à vista. Parece que vai ser um conflito sem fim, infelizmente. Isso piora uma situação que já era ruim, porque o impacto da alta da energia se faz direto por lá. O que vamos ver é uma Europa com taxa de crescimento mais baixa, inflação alta, e juros altos”, avalia Moran.
Brasil
A expectativa do mercado quanto ao governo eleito foram frustradas, segundo a EQI Research. “Esperávamos maior habilidade para aproveitar a boa vontade inicial do mercado e assegurar a estabilidade fiscal, o que criaria condições para crescimento econômico mais sustentável”, afirma a casa de análise em relatório.
“O mercado deu um ‘crédito de boa vontade’ ao novo governo nos primeiros dias pós-eleição. Mas ele foi desperdiçado”, resume Moran.
“O que vimos, contudo, foi um governo que insistiu em uma estratégia de negociação equivocada (na melhor hipótese), assustando o mercado e o próprio Congresso, com valores muito acima do esperados para o ‘extrateto’. A estratégia tem sido mal sucedida, pois a negociação de uma PEC se arrasta no Congresso, enquanto a boa-vontade do mercado foi desperdiçada. Além disso, até o momento em que escrevemos este relatório, nenhum nome do primeiro escalão foi confirmado”.
Com isso, a casa segue acreditando que, após uma eleição presidencial muito acirrada, com Congresso politicamente forte e com o Banco Central autônomo, os limites para o novo governo são claros. “Ainda que a convergência seja para um perfil de governo mais centrista, preocupado com o suporte político, as condições para conseguir viabilizar o crescimento econômico ficaram mais caras”.
A capacidade brasileira de atrair capitais, aproveitando um cenário de inflação cadente e com o mercado antecipando queda de juros nominais em 2023, foi perdida, diz a Research.
“Ainda não vemos o mercado colocando altas adicionais de juros nos preços, mas esta é uma possibilidade clara, dependendo dos próximos passos do governo eleito”.
Troca de ações
“A gente ficou bem mais cauteloso nas escolhas para dezembro e bem menos otimista com agro. A gente acha que o cenário ficou mais complicado porque a alta de custos tende a começar a bater nas empresas agora, especialmente em fertilizantes”, diz Moran.
Sobre o setor bancário, ele afirma que é preciso ser seletivo, principalmente com os bancos estatais. A B3, ele diz, foi uma aposta errada, “porque ela depende do volume negociado na bolsa, o que nem de longe é o principal impacto no resultado operacional, mas o mercado é assim”. Por isso, explica, a Research preferiu deixar a B3 de fora da carteira recomendada.
Sabesp e Sanepar, ele diz, são apostas, e Copel foi surpresa positiva, pela rapidez com que o governo do Paraná modelou a privatização. “Mas ainda preferimos a Eletrobras”, afirma.
Confira, no vídeo abaixo, como foi a live de apresentação da carteira.
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