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BTG mantém recomendação de compra para WEG, mas crescimento mais lento preocupa

BTG mantém recomendação de compra para WEG, mas crescimento mais lento preocupa

O BTG Pactual ($BPAC11) manteve a recomendação de compra para as ações da WEG (WEGE3) após a divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2025 (2TRI25), mas alertou que o crescimento mais lento da companhia ofuscou o desempenho positivo das margens. Segundo o banco, apesar de a empresa ter superado as expectativas em termos de rentabilidade, o ritmo de expansão da receita líquida ficou aquém das projeções e levanta um sinal de alerta para os investidores.

A receita líquida consolidada da WEG somou R$ 10,2 bilhões, uma alta de 10% na comparação anual, mas praticamente estável em relação ao primeiro trimestre e 7% abaixo das estimativas do BTG. O lucro líquido, por sua vez, foi de R$ 1,6 bilhão, avanço de 10% em 12 meses e 3% frente ao trimestre anterior, também 6% abaixo do esperado.

O destaque positivo ficou por conta da margem EBITDA de 22,1%, acima da expectativa de 21,8%, impulsionada por um mix de produtos mais favorável e menores custos com matérias-primas. No entanto, o banco pontua que as despesas operacionais (SG&A) aumentaram 100 pontos-base em relação ao segundo trimestre de 2024, pressionadas pela integração da Regal e pelo aumento nos custos de frete.

WEG (WEGE3): setor de energia perde força

Na frente doméstica, a receita da $WEGE3 ficou estável em R$ 4,2 bilhões, com queda de 6% sobre o trimestre anterior. O segmento de Geração, Transmissão e Distribuição (GTD) foi um dos principais pontos de fraqueza, com queda de 13% trimestre a trimestre, reflexo da ausência de novos projetos de geração eólica neste ano — o que contrasta com o forte desempenho registrado no segundo trimestre de 2024. Por outro lado, o setor de geração solar centralizada apresentou crescimento robusto, e os negócios de transmissão também contribuíram com boas entregas de transformadores e subestações.

No exterior, a receita consolidada foi de R$ 6 bilhões, alta de 17% em base anual. Os destaques foram os motores elétricos de baixa tensão e produtos de automação para ciclo curto, com forte demanda em mercados como China e América do Norte. A receita com motores comerciais e para eletrodomésticos cresceu 30% em 12 meses, enquanto o segmento de tintas e vernizes subiu 9%, com forte desempenho no México.

Impacto de tarifas dos EUA no radar

Apesar da resiliência das exportações, o BTG vê com cautela o crescimento mais limitado no segmento de bens de ciclo longo, como projetos de óleo e gás, diante de incertezas geopolíticas e adiamento de decisões de investimento. Além disso, o banco chama atenção para os impactos ainda incertos das tarifas de importação dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros — com alíquota de 10% já em vigor desde abril.

O retorno sobre o capital investido (ROIC) permaneceu em 33%, abaixo dos 37% registrados há um ano. O capex do trimestre foi de R$ 583 milhões, elevando o acumulado do ano para R$ 1,2 bilhão — um ritmo ainda abaixo da meta anual de R$ 2,6 bilhões estipulada antes da nova política tarifária americana.

O BTG avalia que, apesar das margens resilientes, a desaceleração do crescimento é um ponto de atenção para os próximos trimestres, especialmente diante do ambiente externo mais desafiador. Esses temas devem estar no centro da teleconferência com analistas marcada para esta sexta-feira (25), quando a companhia deve detalhar sua estratégia para lidar com as tarifas dos EUA e o cenário global incerto.

Ainda assim, o banco reforça a qualidade da gestão e a capacidade da WEG de manter margens saudáveis mesmo em períodos de desaceleração, o que sustenta a recomendação de compra para o papel no longo prazo.