O BTG Pactual ($BPAC11) manteve sua recomendação de compra para as ações da Embraer (EMBR3) após a companhia divulgar uma carteira de pedidos recorde no segundo trimestre de 2025. No entanto, o banco de investimentos alertou para o risco relevante de tarifas de importação dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, que pode prejudicar os resultados futuros da fabricante de aeronaves.
De acordo com relatório, o backlog total da Embraer alcançou o patamar histórico de US$ 29,7 bilhões, alta de 40% na comparação anual e de 13% frente ao trimestre anterior. O desempenho foi impulsionado, principalmente, pela divisão de Aviação Comercial, que respondeu por US$ 13,1 bilhões da carteira, beneficiada por encomendas expressivas como os 60 jatos E175 da SkyWest e 45 E195-E2 da SAS, incluindo acordos firmados durante e após o Salão de Aviação de Paris.
A divisão de Defesa e Segurança também bateu recorde, com backlog de US$ 4,3 bilhões, um avanço de 100% em relação ao ano anterior. O BTG destaca que esse número pode crescer ainda mais, já que há contratos nos quais a Embraer já foi selecionada, mas que ainda não foram formalmente concluídos. Outros destaques incluem a Aviação Executiva (US$ 7,4 bilhões) e Serviços & Suporte (US$ 4,9 bilhões), ambos com crescimento expressivo em 12 meses.
Embraer (EMBR3): tendência positiva para o segundo trimestre
Os analistas veem o resultado como parte de uma tendência positiva para o segundo trimestre, que também inclui entregas acima do esperado e a expectativa por resultados operacionais sólidos, a serem divulgados no dia 5 de agosto. No entanto, o otimismo é ofuscado pela ameaça de tarifas de importação dos EUA, com o presidente Donald Trump cogitando elevar as taxas para até 50% sobre bens brasileiros.
O risco tarifário representa um grande obstáculo. Enquanto essa possibilidade não for descartada, o balanço de riscos segue desfavorável para a companhia, afirma o BTG no relatório, acrescentando que o impacto potencial sobre as operações da Embraer pode ser substancial.
O banco também prevê que a pressão política entre Brasil e Estados Unidos pode atrapalhar uma resolução rápida e espera um aumento nos esforços de lobby da indústria nos EUA, que também seria afetada negativamente.
