Na próxima quarta-feira (20) o Federal Reserve (Fed, banco central americano) irá anunciar a nova taxa de juros dos EUA.
Isso porque o The Federal Open Market Committee (FOMC), ligado ao Fed, se reúne na terça e quarta para tratar dos juros.
Para o BTG Pactual (BPAC11), uma elevação de 25 pontos-base seria a desejável. Entretanto, a autoridade monetária também pode elevar em 50 pontos-base.
“Do ponto de vista de fundamento, a headline da inflação continua pressionada, especialmente na média móvel anualizada de 3 meses, bem como o núcleo de inflação e as demais métricas subjacentes, em especial o supercore. Nesse sentido, há risco crescente de uma inflação próximo à 4% no final de 2023, não convergindo para a meta de inflação até 2025”, explicou o banco de investimentos em relatório encaminhado ao mercado.
E disse mais: “por sua vez, a economia segue resiliente no primeiro semestre de 2023, com aceleração do PIB e continuidade de um mercado de trabalho apertado.”

BTG (BPAC11): reunião do Fed
O macro estrategista do BTG, Arthur Mota, destacou no relatório que muito embora os dados de atividade econômica e de inflação demandem um ajuste de política monetária mais intenso neste momento, o banco de investimentos reconhece que o cenário mudou radicalmente.
“A falência do SVB e de outros bancos regionais nos EUA e os desafios do CS na Europa, além do próprio posicionamento do ECB na última quinta-feira (16), suportam uma cautela adicional por parte do FOMC por conta da incerteza envolvendo a estabilidade do sistema financeiro”, disse.
E acrescentou: “dessa forma, entendemos que o comitê optará pela continuidade de um ajuste de 25 bps (cenário de maior probabilidade), mas reconhecemos que uma decisão por estabilidade (0 bps) não está completamente descartada.”
Para Mota, o Fed deve adotar postura mais cautelosa em momentos de elevada incerteza.
Reflexo nas projeções
O analista elencou, ainda, que o nível de incerteza no curto prazo provavelmente terá reflexo nas projeções, em especial de 2023. Por ora, o FOMC projeta 5,1% de taxa terminal. “Ainda vemos o risco da materialização dessa revisão altista da taxa terminal, o que pode gerar certo estresse no mercado, que atualmente precifica 3,8% de juros no final deste ano”, disse.
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