O Magazine Luiza (MGLU3) tem receita fraca persistente, conforme mostrou o balanço da companhia divulgado ontem.
Ainda assim, o BTG Pactual (BPAC11) tem recomendação de compra com preço-alvo em R$ 6, conforme relatório encaminhado ao mercado.
No documento, o banco de investimentos afirma que a varejista enfrenta um ambiente desafiador para operações das lojas físicas e e-commerce.
“A MGLU reportou resultados fracos em meio a um cenário difícil para o e-commerce (queda de 15% no e-commerce brasileiro no 2T23, de acordo com a Neotrust), pressões inflacionárias sobre a renda disponível, altos custos de captação e menor demanda por eletrônicos e eletrodomésticos”, disse.
E acrescentou: “o SSS cresceu 2,1% a/a (depois de cair 8,2% a/a no 2T22), enquanto o GMV do e-commerce cresceu 7% a/a (após expansão de 2% no 1T22), 1,4% abaixo de nossa projeção, +2,3% no 1P e + 15,1% no 3P, implicando na adição de R$700 milhões de GMV online.”
O BTG complementou afirmando que “como resultado, o GMV total foi de R$ 14,7 bilhões, alta de 6% a/a (1,6% abaixo de nossa projeção). Por fim, a empresa encerrou o trimestre com 300 mil vendedores (vs. 281 mil no 1T23) e 39% do GMV online vindo de 3P (aumento de 280bps a/a e 50bps t/t).”
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Magazine Luiza (MGLU3)
No segundo trimestre de 2023 a varejista reportou um prejuízo líquido ajustado de R$ 198,8 milhões, alta de 77,3% frente o prejuízo de R$ 112,1 milhões do segundo trimestre de 2022.
De acordo com o balanço, caso se exclua os efeitos não recorrentes, o prejuízo é de R$ 301,7 milhões, líquidos, um avanço de 123% na base anual.
O relatório aponta que o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 439,8 milhões no período, queda de 10,6%, com margem de 5,1% (-0,6 ponto porcentual). Sem ajustes, o Ebitda atingiu R$ 283,9 milhões, retração de 37,9% e margem de 3,3% (-2,0 p.p.).
Também traz que o resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 532,1 milhões, alta de 7,7% na base anual.
Entretanto, frente ao primeiro trimestre deste ano houve diminuição de R$ 100 milhões das despesas financeiras líquidas, por conta da “redução na necessidade de antecipação de recebíveis, uma vez que houve forte geração de caixa operacional durante o trimestre.”
Kabum
Levantamento da Folha de SP aponta que o resultado da varejista – de prejuízo — pelo segundo trimestre consecutivo, aumentou a preocupação dos sócios do KaBuM!, e-commerce especializado em games e produtos de tecnologia, em chegar a um desfecho na disputa com a varejista.
Leandro e Thiago Ramos, fundadores do KaBuM!, tentam reverter a venda, realizada em 2021, por não terem recebido o combinado até o momento.
Segundo o jornal, com os resultados negativos e a concorrência com a China, o Magazine se afasta cada vez mais de acertar a conta, que segue sendo discutida em uma corte de arbitragem.
Os irmãos Ramos exigem o cumprimento do contrato assinado com a varejista. A primeira parcela, no valor de R$ 1 bilhão, foi paga, mas o Magazine Luiza não honrou com restante do acordo, no valor de R$ 2,5 bilhões em ações. Querem que o negócio seja desfeito ou, então, que a varejista complete o valor acordado, de R$ 3,5 bilhões.
Bolsa
A ação MGLU3 encerrou o dia 15 cotada em R$ 2,77.
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