Corretora de Investimento projeta o dólar em R$ 5,20 ao final de 2020 e R$ 4,90 ao final de 2021. O representa uma depreciação gradual da moeda americana ante o real.
Na estimativa anterior, a moeda americana fecharia 2020 e 2021 em R$ 5,50.
A revisão foi motivada pela redução dos riscos globais e domésticos associados à pandemia no médio prazo.
Além do retorno gradual dos preços de commodities e da manutenção do diferencial de juros até o fim de 2021.
Risco
O dólar foi o refúgio escolhido em todas as partes do mundo e o Brasil não ficou de fora. O movimento teve forte reflexo na taxa de câmbio nos últimos meses.
Desde o início da pandemia até junho, todos os indicadores de risco apresentaram recordes no grau de incerteza.
Conforme a corretora, a maior falta de previsibilidade sobre o câmbio está justamente na variável do risco Brasil.
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No momento atual, há elevada incerteza global no campo sanitário sobre os desdobramentos dos números de casos e mortes causados pelo COVID-19 e se haverá e quando uma vacina que permita o mundo voltar a dinâmica “normal”.
Enquanto no cenário interno, a dúvida cerca o tema de uma elevação dos prêmios de risco dos títulos soberanos do Brasil por conta da elevação da relação dívida/PIB ocasionada pelas medidas de combate à pandemia.
A dinâmica não irá se alterar sem ganhos de produtividade da economia brasileira e isso passa necessariamente pela agenda de reformas estruturais como a tributária e a administrativa.
Queda do diferencial de juros
As reformas econômicas realizadas no Brasil desde 2016 reduziram de forma expressiva das curvas de juros.
Entre elas estão a criação da TLP, que retiraram o “custo de meia-entrada” de contratos concessionados pelo BNDES, a criação do teto dos gastos, que impõem um limite aos gastos públicos, a implementação do Cadastro Positivo, que reduz a assimetria de informações para os juros às famílias, e a reforma da previdência, que estabilizou a trajetória do maior gasto obrigatório da União.
Conforme corretora, essas medidas foram fundamentais para que o BC pudesse reduzir a Selic para patamares mínimos históricos.
O juros mais elevado no passado foi condição suficiente para manutenção de fluxo estrangeiro em ativos financeiros de renda fixa.
O diferencial entre os juros brasileiros (SELIC) e os juros americanos (FED Funds) caiu de uma média de 15 anos (entre 2002 e 2016) de 12,1 pontos percentuais para uma média de 2017 até hoje de 5,4 p.p.. Atualmente essa diferença está em 2,1 pontos percentuais.
Além disso, o diferencial da taxa básica de juros brasileira com um grupo de países emergentes ganha relevância e se configura menos atrativo para o capital estrangeiro que opta por ativos livres de risco.
Desde 2018 essa diferença está negativa, o que explica em parte a fuga de capital estrangeiro para outros países.
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