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Aiatolá Khamenei sobe o tom das críticas aos EUA e à Europa

Aiatolá Khamenei sobe o tom das críticas aos EUA e à Europa

O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã e principal nome do governo local, subiu o tom das críticas contra os Estados Unidos e a Europa, nesta sexta (17). Disse que os militares iraniano estão prontos para lutar fora do país, se necessário. Khamenei chaqmou os americanos de “palhaços”.

As duras palavras foram proferidas durante uma rara aparição no sermão das sextas-feiras, a primeira vez em oito anos, para milhares de pessoas na capital, Teerã.

Khamenei ainda defendeu a Guarda Revolucionária do Irã, elogiou o general Qassem Soleimani, assassinado pelos EUA, no começo do ano e criticou os protestos que tomaram as ruas de Teerã, na semana passada, após um míssil iraniano abater um avião civil da Ucrânia, causando a morte de 176 pessoas. Um dos principais alvos dos protestos era o próprio aiatolá. A população pedia que ele renunciasse.

Os protestos, inclusive, foram publicamente, via Twitter, incentivados pelo presidente norte-americano, Donald Trump.

A presença de Khamenei no sermão é uma tentativa de demonstração de força e uma resposta ao Ocidente após uma série de desavenças entre Teerã e Washington desde o início do ano. As últimas vezes em que apareceu foram em 2012, durante os conflitos da Primavera Árabe, e em 2009, quando protestos no Irã contestavam os resultados de uma eleição.

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Potência arrogante

O aiatolá não mediu palavras para se referir aos Estados Unidos. Chamou o país de “potência arrogante” e os americanos de “palhaços”. Acusou também a Casa Branca de fingir que quer ajudar o povo iraniano, “quando na verdade pretende enfiar um punhal envenenado em suas costas”.

O presidente iraniano, Hasan Rowhani, visto mundo afora como um líder moderado, estava na primeira fila e ouviu o líder supremo dizer: “esses palhaços americanos que mentem e dizem que estão com o povo iraniano deveriam ver quem é o povo iraniano”. Khamenei pediu unidade nacional.

Ele afirmou também que a morte do general Soleimani confirma a natureza terrorista dos EUA.

Críticas à Europa

Sobraram críticas também à Europa. Alemanha, França e Reino Unido, que acionaram nesta semana um mecanismo para questionar o descumprimento do acordo nuclear com o Irã, foram alvos das palavras do líder supremo.

Khamenei disse que os três países não são confiáveis, que eles servem aos interesses dos EUA e que a pressão sobre o Irã não funcionará.

O acionamento do mecanismo de questionamento do acordo nuclear permite que a ONU reaplique sanções econômicas ao país, tal como fizeram os Estados Unidos, no que pode ser visto como uma vitória de Washington.