A Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) estabeleceu uma nova regra que determina que, a partir desta segunda-feira (2), distribuidores de investimentos, como bancos e corretoras, vão precisar “marcar a mercado” o valor de alguns títulos de renda fixa.
Entram na nova regra Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e Certificados de Recebívies Imobiliários (CRIs), debêntures e títulos públicos adquiridos via tesouraria.
Ficam de fora Certificados de Depósito Bancário (CDBs), Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs).
Mas no que a nova sistematização ajuda?
Segundo a Anbima, a regra irá padronizar a maneira como os extratos dos investimentos serão apresentados e, assim, ficará mais fácil para o investidor comparar rentabilidades, caso tenha conta de investimento em mais de uma instituição financeira.
Isso porque algumas já adotam a comparação de marcação a mercado atualmente. E, outras, apenas a marcação na curva.
Pois bem, mas o que isso quer dizer para o investidor?
Isso significa que o investimento, em si, não vai mudar em nada. O que muda é apenas a exibição do extrato.
E isso poderá gerar dúvidas e causar alguma ansiedade desnecessária, especialmente em quem adquire os títulos com a intenção de carregá-los até o vencimento.
Vamos entender a mudança no passo-a-passo. Acompanhe as diferenças entre marcação na curva x marcação a mercado.
Marcação na curva x marcação a mercado
O extrato da sua corretora ou do seu banco vai mudar por determinação da Anbima.
Até aqui, você acompanhava seus títulos de renda fixa na chamada “marcação na curva”. Mas, a partir de 2 de janeiro de 2023, vai acompanhar também a “marcação a mercado”.
Na verdade, ambas são complementares.
A marcação na curva é útil para o investidor que pretende manter seus títulos até o vencimento ou por um horizonte mais longo.
Independentemente das condições de mercado, a marcação na curva apresenta ao investidor a rentabilidade final de um título. Por exemplo, se 20% ao ano, é isso que ele verá no gráfico, com a acruação dessa taxa diariamente no patrimônio investido.
E a marcação a mercado?
Já a marcação a mercado permite que o investidor visualize o impacto das condições do mercado na rentabilidade do título, ou seja, ele acompanha as oscilações, como se pudesse ver, dia-a-dia, quanto valeria o título, caso quisesse vendê-lo no mercado secundário imediatamente, ao preço de liquidação daquele momento.
Na prática, haverá a exibição da volatilidade. Isso porque, como estes títulos são negociados diariamente, seus preços também variam todos os dias.
Mas, embora os preços mudem todos os dias, o valor no vencimento é sempre o mesmo. E o valor no dia só irá interessar se você quiser vender antes do vencimento.

E qual a vantagem?
Com isso, a Anbima quer dizer que marcar a mercado é melhor que marcar na curva? Depende.
Ao mesmo tempo em que alguns podem defender que, com a medida, haverá uma maior transparência no processo, há também quem afirme que isso causará mais ansiedade no investidor.
E poderá, até mesmo, fazer com que ele tome atitudes precipitadas e ruins para o seu patrimônio, estimulando uma venda não pensada.
Qual a recomendação da EQI?
Diante disso, a recomendação da EQI Investimentos é que todos mantenham a calma e entendam que a mudança ocorre apenas no extrato e não na rentabilidade dos investimentos.
Portanto, a mudança não deve ser levada em conta para quem investe a fim de carregar o título até o vencimento.
Lembre-se sempre: a renda fixa só é fixa mesmo no caso de se levar o papel até o vencimento.
Caso contrário, os títulos serão impactados pela realidade do mercado. E isso sempre existiu, absolutamente nada mudou. A única diferença, agora, na marcação na curva x marcação a mercado, é que você passará a visualizar a oscilação em um gráfico – o que, até aqui, não acontecia.
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