17 Dez 2021 às 16:00 · Última atualização: 07 Jul 2022 · 5 min leitura
17 Dez 2021 às 16:00 · 5 min leitura
Última atualização: 07 Jul 2022
Reprodução/Pixabay
Investir no Tesouro Direto significa, de maneira resumida, emprestar dinheiro para o governo federal.
Então, ao captar os recursos, o governo aplica basicamente em programas de desenvolvimento do país e quita dívidas públicas.
Como é o governo quem emite os próprios títulos, o risco de inadimplência é muito baixo, fazendo com que essa modalidade ganhe destaque frente à poupança.
Além disso, o programa se tornou popular entre os pequenos investidores pois oferece ativos a preços acessíveis. Com pouco mais de R$ 30 já é possível investir em títulos do Tesouro.
A rentabilidade do Tesouro Direto pode ser acompanhada diariamente pelo site da própria instituição, das 09h30 até as 18h.
No Brasil, existem três tipos de papéis que podem ser adquiridos na plataforma do Tesouro Direto: Tesouro Selic, Prefixado e Tesouro IPCA+.
Vale destacar que a escolha do título deve ser feita de acordo com o perfil e objetivo de cada investidor.
O Tesouro Selic é um papel de baixo risco, possui rentabilidade diária e suas oscilações são menores do que a dos outros títulos do Tesouro.
Dessa maneira, caso precise resgatar o dinheiro do Tesouro Selic antes do vencimento, quase não haverá perda de rentabilidade.
Inclusive, esse é o maior motivo para o Tesouro Selic ser uma das melhores opções para quem deseja construir sua reserva de emergência.
Como o próprio nome diz, ele acompanha a taxa Selic, taxa básica de juros da economia, atualmente em alta: 9,25% ao ano, tendo saído de 2% do início do ano para cá.
Em tempos de inflação alta, o Tesouro IPCA+ é uma das alternativas mais interessantes para preservar o patrimônio da desvalorização.
Isso acontece porque o Tesouro IPCA é associado ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor, ou seja, às variações do mercado e da inflação.
Como investimento de renda fixa, parte de sua rentabilidade é atrelada ao IPCA e parte a uma taxa prefixada, expressa em ano.
Para ilustrar, se o título for de IPCA + 4,19%, isso significa que, além da inflação do período, a aplicação rende uma taxa fixa de 4,19% ao ano. Se a inflação subir, a rentabilidade do título subirá proporcionalmente. Caso contrário, o investidor garante, ao menos, a parte prefixada da aplicação.
Dessa forma, essa modalidade é recomendada sobretudo para investidores que buscam retorno e investimentos a longo prazo, como por exemplo, a aposentadoria.
Em relação à remuneração, o Tesouro IPCA+ paga os rendimentos de duas maneiras: somente no vencimento ou de forma semestral.
Na primeira situação, os juros se acumulam até o vencimento. Já na segunda, o pagamento dos juros (ou cupons) ocorre a cada seis meses. Nesse caso, o investidor recebe o cupom semestral nos dias 15 de maio e 15 de novembro se o ano de vencimento do título for ímpar. Se o título vencer em um ano par o pagamento dos juros será feito nos dias 15 de fevereiro e 15 de agosto.
É importante lembrar ainda que, sendo títulos de prazos mais longos, você deve alocar somente os recursos que não precisará no curto prazo. Caso contrário, corre o risco de perder toda a rentabilidade.
Os títulos prefixados pagam uma rentabilidade fixa, definida no momento da compra do título. Ou seja, você vai receber exatamente a taxa que está sendo anunciada no dia em que você comprar o título.
Por conta disso, o Tesouro Prefixado é considerado um investimento mais conservador, onde o investidor sabe qual será o valor do seu resgate no dia do vencimento.
A rentabilidade destes títulos é expressa em um percentual, como por exemplo 10% ao ano, 12% ao ano, ou 15% ano.
Mas, para você receber exatamente este percentual, deverá ficar com o título até seu vencimento. Pois no curto prazo, antes do vencimento, as alterações na taxa de juros (Selic) e principalmente dos juros futuros (projeção dos juros) vão mexer muito com o “Valor de Mercado de seu Título”.
O melhor momento para comprar este tipo de título é quando a taxa Selic está em queda, ou seja, quando o governo está reduzindo a taxa Selic.
Outro aspecto importante na hora de investir no Tesouro Direto diz respeito à tributação. Isso porque esse título segue a tabela regressiva do Imposto de Renda, que funciona da seguinte forma:
Prazo da aplicação | Alíquota IR |
Até 180 dias | 22,5% |
De 181 a 360 dias | 20,5% |
De 361 a 720 dias | 17,5% |
Acima de 720 dias | 15% |
No caso de títulos que pagam cupom semestrais, como o Tesouro IPCA+ e Tesouro Prefixado, a cada pagamento de juros incidirá o Imposto de Renda.
Por outro lado, quem opta pelo recebimento final de juros pagará a alíquota mínima de IR. Isso porque esses títulos têm vencimentos a partir de três anos.
Além de proporcionar maior rendimento pela capitalização sobre o principal corrigido, o recebimento final dos juros é mais vantajoso também em termos fiscais. Logo, esse é mais um motivo para avaliar corretamente o objetivo do investimento.
O IR sobre os rendimentos do Tesouro é retido na fonte. Isso significa que, ao resgatar o valor, o investidor já o recebe com a quitação do tributo.
Além disso, há também a cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), caso haja algum resgate antes de 30 dias do início da aplicação. Por fim, a B3 cobra uma taxa de custódia pela guarda dos títulos públicos. Em 2021, essa taxa é de 0,25% ao ano.