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Pnad Contínua: taxa de desocupação no Brasil cai para 11,2%

Pnad Contínua: taxa de desocupação no Brasil cai para 11,2%

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) aponta que a taxa de desocupação no Brasil recuou para 11,2% no trimestre encerrado em fevereiro, o que representa queda de 0,4 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior (11,6%).

É a menor taxa para um trimestre encerrado em fevereiro desde 2016. Com ela, o país soma 12 milhões de desempregados. Na comparação com o último trimestre, o número de pessoas em busca de trabalho caiu 3,1%. Os dados da Pnad Contínua foram divulgados nesta quinta-feira (31), pelo IBGE.

A retração na taxa de desocupação reflete a tendência de queda observada nos últimos trimestres. “No trimestre encerrado em fevereiro, houve retração da população que buscava trabalho, o que já vinha acontecendo em trimestres anteriores. A diferença é que, nesse trimestre, não se observou um crescimento significativo da população ocupada”, afirma a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

O número de ocupados foi estimado em 95,2 milhões, estável em relação ao trimestre anterior. Com isso, também houve estabilidade no nível da ocupação, percentual de pessoas em idade de trabalhar que estavam efetivamente ocupadas na semana de referência da pesquisa: 55,2%.

Dados de descocupação em queda divulgados pela PNAD Contínua

Reprodução/IBGE

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Retomada de tendência sazonal

De acordo com a pesquisadora, a estabilidade do contingente de ocupados pode estar retomando um padrão anterior à pandemia de Covid-19: nos trimestres encerrados em fevereiro, havia, historicamente, retração dessa população. Uma das possíveis explicações para isso é o desligamento de trabalhadores que, no fim do ano anterior, são contratados de forma temporária.

“Se observarmos a série histórica, veremos que, desde o seu início, houve queda no número de pessoas ocupadas nesse período. Agora não tivemos queda, mas essa perda de fôlego neste ano pode indicar a retomada desses padrões sazonais”, diz.

Uma das únicas categorias em expansão, os empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada aumentaram em 1,1% frente ao trimestre anterior, o que representa 371 mil pessoas. Também houve crescimento de 5,2% (ou de 203 mil pessoas) entre os empregadores.

Taxa de desocupação: informalidade em queda

O contingente de trabalhadores por conta própria teve declínio de 1,9% na comparação com o trimestre encerrado em novembro. Isso representa uma queda de 488 mil pessoas ocupadas. “Essa retração foi bem disseminada entre as atividades como, por exemplo, comércio, construção e alojamento e alimentação. Como esse grupo representa uma parte significativa dos trabalhadores informais, houve um reflexo direto na diminuição da informalidade no trimestre”, analisa Beringuy.

Com esse recuo, os profissionais informais totalizaram 38,3 milhões, enquanto eram 38,6 milhões no trimestre anterior. Acompanhando a queda, a taxa de informalidade passou de 40,6% para 40,2% nesse período. Essa categoria reúne o trabalhador sem carteira assinada, o empregador e trabalhador por conta própria sem CNPJ e o trabalhador familiar auxiliar.

Tanto o contingente de trabalhadores domésticos, estimado em 5,7 milhões de pessoas, quanto o de empregados do setor público, que agrupa 11,3 milhões, ficaram estáveis no trimestre encerrado em fevereiro.

Por outro lado, o número de pessoas que estavam fora da força de trabalho aumentou 0,7% frente ao último trimestre. Esse crescimento de 481 mil pessoas levou a um contingente de 65,3 milhões. A coordenadora elucida que esse aumento também costumava acontecer nos trimestres encerrados em fevereiro dos anos que antecederam a pandemia e que o resultado pode apontar uma volta desse padrão.

Força potencial

A força de trabalho potencial, grupo que soma as pessoas que não estavam ocupadas nem buscando trabalho, mas que tinham potencial para conseguir um, houve redução de 510 mil pessoas (-5,6%). Subgrupo da força de trabalho potencial, os desalentados, aqueles que desistiram de procurar trabalho, foram estimados em 4,7 milhões, o que representa estabilidade frente ao último trimestre.

Entre as atividades pesquisadas, só houve aumento de ocupação em Outros serviços (4,0%, ou mais 189 mil pessoas). “Esse crescimento reflete o aumento de serviços pessoais prestados às famílias, que incluem atividades de serviços na área de estética, e também de atividades recreativas”, afirma a especialista.

Nos serviços pessoais prestados às famílias estão, por exemplo, cabeleireiros e manicures, enquanto as atividades recreativas abarcam os trabalhos artísticos. Já no setor de Construção, o contingente de trabalhadores diminuiu 3,5%, o que significa uma redução de 261 mil pessoas. As outras atividades ficaram estáveis.

Rendimento fica estável

O rendimento médio real foi estimado em R$ 2.511, apresentando estabilidade frente ao trimestre anterior, mas é o menor já registrado em um trimestre encerrado em fevereiro desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012.

“Nos trimestres anteriores, o rendimento médio estava em queda. A estabilidade desse trimestre pode estar relacionada à diminuição no número de trabalhadores informais, que têm menores rendimentos, e ao aumento de trabalhadores com carteira assinada no setor privado”, explica.

A massa de rendimento também ficou estável na comparação com o trimestre encerrado em novembro. Ela foi estimada em R$234,1 bilhões.

Taxa de desocupação: consonância com o Caged

O Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) já havia mostrado uma tendência de recuperação do emprego e reaquecimento do cenário econômico nesta semana. As estatísticas do Ministério do Trabalho mostraram um saldo de 328 mil empregos formais a mais em fevereiro em relação ao mês anterior.

Os números apresentam diferenças porque as metodologias são distintas. Os números do Caged são obtidos a partir das informações de admissões e demissões transmitidas pelas empresas ao Ministério do Trabalho por meio de sistemas eletrônicos. Por isso, registra apenas o mercado formal de trabalho.

Já a Pnad Contínua monitora a força de trabalho a partir de pesquisa por amostragem em 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e Distrito Federal, integrados à rede de coleta de mais de 500 agências do IBGE.

Em função da pandemia de Covid-19, o IBGE havia implementado a coleta de informações da pesquisa por telefone a partir de 17 de março de 2020. Em julho de 2021, houve a volta da coleta de forma presencial.

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