O setor musical no Brasil experimenta um notável crescimento, que passa a transbordar no mercado financeiro como novidade com os recebíveis de música. Segundo dados do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), entre janeiro e novembro de 2023, mais de R$ 1,29 bilhão em direitos autorais de execução pública foram destinados aos profissionais da área artística.
A MUV Capital, de olho no setor, agora disponibiliza operações de securitização de certificados de recebíveis de música, por direitos autorais, ou royalties de músicas em sua plataforma.
Segundo informações do jornal Valor Econômico, a casa, que se descreve como “um ecossistema de investimento em produções artísticas como forma de incentivo ao desenvolvimento da indústria fonográfica e audiovisual”, espera alcançar R$ 20 milhões em títulos securitizados, de um total de R$ 120 milhões originados.
Recebíveis de música: como funciona?
A operação com recebíveis de música funciona da seguinte forma: os artistas vendem parte de seus ganhos futuros gerados pelo catálogo musical aos investidores em troca de pagamento fixo.
Ao adquirir royalties, a MUV fornece aos artistas uma injeção imediata de capital, o que possibilita que criem novos projetos, invistam em suas carreiras ou simplesmente desfrutem de segurança financeira por meio da diversificação.
Um outro ganho, na avaliação da casa, é a redução da dependência de plataformas tradicionais de vendas de músicas ou de streaming, o que permite a diversificação dos fluxos de receita.
Já os investimentos em royalties estão inseridos no âmbito de investimentos alternativos. Em sua essência, esses ativos compreendem aqueles que não estão integrados ao mercado financeiro convencional. Um outro exemplo prático disso poderiam ser as criptomoedas.
O mercado, iniciado por volta de 2020, ainda é recente no país. Há desafios em termos de regulação — típicos de mercados em desenvolvimento — além de questões econômicas, como juros e câmbio.