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O que acontece com a Vale (VALE3)? Mineradora acumula perdas de quase 21% em 2023

O que acontece com a Vale (VALE3)? Mineradora acumula perdas de quase 21% em 2023

Em 2023, o Ibovespa tem sido bastante volátil. Somente agora, em meados de maio, o índice conseguiu sair do vermelho após os péssimos resultados nos meses de março e abril e operar com uma valorização de apenas 0,56% em cinco meses.

Cotação do Ibovespa em 2023
Fonte: Google Finanças

Um dos grandes responsáveis por essa volatilidade é a Vale (VALE3). Segundo um levantamento realizado pelo Valor Data, a mineradora foi responsável por cerca de 85% das perdas do Ibovespa neste ano. 

Isso não é à toa, visto que a Vale tem um peso relevante na atual carteira do índice, com aproximadamente 15%. A empresa já teve uma desvalorização de quase 21% em 2023 e derrubou o Ibovespa em 3,53%.

Desempenho das ações da Vale (VALE3) em 2023
Fonte: Google Finanças

Mas o que motivou a queda da Vale em 2023 já que a empresa chegou a ter uma valorização acima de 20% no ano passado? 

O que fez a Vale (VALE3) cair?

Uma palavra consegue resumir a situação da Vale, ou melhor, país: China. A expectativa de recuperação da economia chinesa abaixo do esperado dificultou a vida da gigante brasileira. O gráfico abaixo mostra a variação de preços do minério de ferro na bolsa de Dalian, na China. 

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Observe que os preços mantiveram uma trajetória de alta até março, mas de lá para cá, a commodity saiu da casa dos US$ 130 e agora está em torno de US$ 107, uma queda de 21%, o mesmo patamar de desvalorização da Vale.

Cotação do minério de ferro na Bolsa de Dalian
Fonte: Trading Economics

Para o jornal Valor Econômico, Gabriela Joubert, estrategista-chefe do Inter, afirmou que no final de 2022 havia uma grande expectativa sobre a China, em que o país asiático conseguiria se recuperar após o fim das restrições sanitárias da covid-19. Só que não foi isso que aconteceu. 

Além disso, Joubert cita que o desempenho negativo da Vale está relacionado às dificuldades de produção e venda da empresa. A economista revela que o 1TRI23 da empresa foi muito fraco, com vendas ruins e recuperação menor do que se esperava na velocidade de produção.

Diante desse ambiente, Joubert alerta que a Vale pode continuar enfrentando dificuldades no segundo semestre, visto que a companhia depende de um crescimento significativo da China para impulsionar os papéis da mineradora. “Não quer dizer que elas [as ações] vão despencar mais, porque a queda já foi muito forte. A ação da Vale estava em quase R$ 100 e chegou a R$ 67“, afirmou a estrategista.

BTG Pactual (BPAC11) cita que resultados da Vale no 1 TRI23 ficaram abaixo do esperado

Retornando ao 1TRI23 da Vale, o BTG Research avaliou que os resultados da mineradora foram muito fracos e abaixo das expectativas. De acordo com o relatório dos analistas, o resultado pode ser considerado inferior devido ao relatório de produção divulgado pouco antes do balanço do 1TRI23. 

O Ebitda de US$ 3,7 bilhões, com queda de 26% em relação ao 4TRI22 e retração de 42% em relação ao 1TRI22, ficou abaixo da projeção do BTG, sendo impactado negativamente pelos resultados decepcionantes dos embarques (10% abaixo do esperado pelo banco) e pelo desempenho dos custos.

Já esperávamos que o primeiro trimestre seria ruim alguns dias atrás, depois de seu relatório de produção, mas diríamos que esses números estão um pouco abaixo. Existem alguns fatores não recorrentes e fatores exógenos em jogo, mas fomos surpreendidos negativamente com a deterioração do custo de desempenho, com os custos de entrega break-even da Vale na China chegando a US$ 61 por tonelada”, aponta parte do relatório.

Além do relatório com dados mais fracos, o BTG ainda retirou a Vale da carteira recomendada do mês de maio. O banco de investimentos avalia que a Suzano (SUZB3), outra empresa do setor de commodities, está em uma situação melhor que a Vale (VALE3).