A recente e, até então, exclusiva e disputada coleção de arte, comercializada em forma de NFTs, “Bored Ape Yatch Club” atingiu um recorde negativo nos últimos meses. Os valores atualmente são de US$ 53 mil, contra preços que chegavam a US$ 1,29 milhão. O valor mais alto foi desembolsado pelo cantor Justin Bieber.
Os “tokens não fungíveis” são peças virtuais únicas e autenticadas digitalmente. A tecnologia, antes considerada uma revolução na criptografia e arte digital, hoje é considerada praticamente algo inútil, segundo o estudo “Dead NFTs: the evolving landscape of the NFT market” (NFTs mortos: o cenário em evolução do mercado NFT, em tradução livre), elaborado pela DappGambl, por especialistas em finanças e tecnologia blockchain.
A pesquisa avaliou mais de 73 mil coleções de NFTs e concluiu que cerca de 70 mil têm valor de mercado zero Ethereum, a segunda criptomoeda mais popular no mercado virtual, apenas atrás do Bitcoin. Isso significa que 95% dos NFTs não renderiam um centavo hoje.
Quase um quinto das coleções – antes no topo desse mercado – tem agora preço mínimo zero. Mesmo entre os NFTs mais valiosos, os valores atuais podem ser definidos “sem qualquer influência na demanda real e tangível”.
Menos de 1% das peças está cotada a mais de US$ 6 mil, e a maior parte das coleções anteriormente mais caras custa atualmente entre US$ 5 e US$ 100.
A queda é expressiva: em 2021, esses ativos movimentaram mais de US$ 17 bilhões. A estimativa agora é de que cerca de 23 milhões de investidores detêm tais “tokens não fungíveis” sem quaisquer utilidades ou valores práticos.
NFTs: há salvação?
Os pesquisadores ressaltam que, embora seja difícil haver outro boom no mercado de NFTs da mesma maneira que entre 2021 e 2022, os ativos digitais podem evoluir e sobreviver à destruição.
Entre os famosos na lista estão Neymar, que adquiriu duas obras da coleção “Bored Ape Yacht Club” por um valor equivalente a R$ 6,2 milhões; Jimmy Fallon, Paris Hilton, Eminem e Serena Williams também investiram milhões entre os anos de 2021 e 2022. Jordan Belfort, conhecido como o Lobo de Wall Street, também se tornou um investidor dos tokens no ano passado.
A saída nesse mercado seria introduzir uma função específica às NFTs, como a transformação em passes para acesso a eventos privados e restritos, por exemplo.
