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Quanto custaria um iPhone feito nos EUA?

Quanto custaria um iPhone feito nos EUA?

Produzir um iPhone totalmente nos EUA significaria custos até três vezes maiores para os consumidores. Entenda!

A possibilidade de fabricar o iPhone nos EUA já foi discutida por políticos e executivos de alto escalão, mas segue como um experimento teórico, distante da realidade. Quando Barack Obama perguntou a Steve Jobs por que a Apple não montava seus iPhones em solo americano, ouviu uma resposta direta: “Esses empregos não vão voltar”.

Mais de uma década depois, mesmo com mudanças na presidência e na liderança da Apple, a frase continua atual. O alto custo da mão de obra, a ausência de infraestrutura industrial e uma cadeia de suprimentos globalizada tornam esse cenário improvável e extremamente caro.

O impacto no preço final

Atualmente, o iPhone 16 Pro custa cerca de US$ 1.199. Se o iPhone fosse fabricado nos EUA, o valor poderia saltar para US$ 1.500 apenas com o acréscimo nos custos de mão de obra, segundo o Bank of America. Já o analista Dan Ives, da Wedbush, vai além: estima um preço final de até US$ 3.500 por unidade. Isso se a Apple decidisse transferir ao menos 10% de sua produção para o território americano, o que exigiria um investimento de US$ 30 bilhões em apenas três anos.

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Uma cadeia de produção que depende do mundo

Embora o design do iPhone seja feito na Califórnia, a fabricação dos componentes ocorre em diversos países. Os chips vêm de Taiwan, as telas da Coreia do Sul e a montagem é realizada, em sua maioria, por operários chineses contratados pela Foxconn.

Mesmo que a montagem fosse feita nos EUA, a Apple ainda precisaria importar quase todos os componentes, o que implicaria tarifas adicionais. O analista Wamsi Mohan estima que essas tarifas, somadas aos custos trabalhistas, poderiam aumentar o preço do iPhone em até 91%.

Falta de mão de obra especializada

Outro desafio crítico: qualificação técnica. Tim Cook já declarou que os EUA não têm engenheiros de ferramentas em número suficiente. São esses profissionais que operam e mantêm as máquinas de alta precisão usadas na fabricação de eletrônicos como o iPhone. Enquanto na China seria possível reunir milhares desses engenheiros, nos EUA seria difícil preencher um campo de futebol.

Além disso, a cultura de trabalho sazonal e em massa que existe na China, com fábricas da Foxconn empregando dezenas de milhares de pessoas por turnos, não encontra paralelo nos EUA.

Tentativas frustradas e exceções pontuais

A Foxconn chegou a anunciar um investimento de US$ 10 bilhões em uma fábrica em Wisconsin, com a promessa de criar 13 mil empregos. O resultado foi bem abaixo do esperado: menos de 1.500 vagas preenchidas, uma instalação em grande parte vazia e produção de máscaras durante a pandemia, ao invés de eletrônicos.

Houve também um esforço para montar iPhones no Brasil, iniciado em 2011. Mesmo com incentivos fiscais, a operação nunca foi totalmente autossuficiente: os componentes continuaram vindo da Ásia, e o preço dos iPhones “brasileiros” chegou a dobrar em relação aos produzidos na China.

A estratégia da Apple: adaptação, não ruptura

A Apple tem respondido às pressões políticas com ações pontuais. Montou o Mac Pro em Austin, Texas, e passou a produzir pequenos volumes de chips com a TSMC no Arizona. A empresa também prometeu investir US$ 500 bilhões nos EUA ao longo de vários anos, incluindo a criação de centros de dados e fábricas de servidores.

Mas um compromisso com a produção em larga escala de iPhones em solo americano ainda parece fora de alcance, tanto técnica quanto economicamente.

Um iPhone patriótico ainda é improvável

A ideia de um iPhone vermelho, branco e azul é politicamente atraente, mas economicamente inviável no curto prazo. Os altos custos de produção, a dependência internacional de componentes e a ausência de mão de obra especializada formam um obstáculo difícil de superar.

Mesmo que a Apple montasse uma linha de produção nos EUA, ela seria simbólica. Como apontam analistas, talvez a empresa anuncie a produção de acessórios ou dispositivos de menor volume para atender exigências regulatórias ou acalmar tensões políticas.

Por ora, um iPhone 100% nos EUA continua sendo uma hipótese cara — e pouco provável de se tornar realidade.

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