Romero Rodrigues foi um dos fundadores do Buscapé, uma das primeiras startups brasileiras. Ao lado de outros dois colegas de faculdade, Romero deu início a um projeto inovador que, anos mais tarde, viria a ser vendido para o grupo sul-africano Naspers por mais de US$ 370 milhões.
A seguir, saiba mais sobre a história de Romero Rodrigues, ex-CEO da Buscapé Company e atual sócio-diretor da Redpoint eventures, gestora de venture capital que investe em startups na América Latina. Continue a leitura e confira!
Origem e formação de Romero Rodrigues e o Buscapé
Romero Rodrigues nasceu em 1977 na cidade de São Paulo. Aos 18 anos, começou a cursar Engenharia Elétrica na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).
Durante a faculdade, trabalhava como estagiário no laboratório de pesquisa. Foi lá que conheceu os futuros sócios, os também estudantes Ronaldo Takahashi e Rodrigo Borges. Os três fundaram o Buscapé em 1999, época na qual a internet recém estava começando a ser utilizada no Brasil.
História do Buscapé: uma das primeiras startups brasileiras
O site de comparação de preços Buscapé foi uma ideia pioneira e, de certa forma, controversa para a época. Isso porque, naquela época, os varejistas não tinham o hábito de informarem seus preços aos consumidores. Ao contrário, muitos se negavam até mesmo a passar informações por telefone sobre seus produtos.
Embora contrariando as tendências da época, Romero e seus sócios conseguiram levantar recursos de investidores para colocar o site no ar. Ao perceberem a adesão do público e o volume de acessos, uma grande quantidade de varejistas começou a aderir ao Buscapé, e, em pouco tempo, o site se tornou referência no e-commerce brasileiro.
Nos anos seguintes, o Buscapé realizou mais de 15 aquisições, o que chamou a atenção do mercado e de potenciais investidores. Em 2009, dez anos após a sua fundação, o site foi vendido para o grupo sul-africano Nasper.
Mesmo depois da venda, Romero Rodrigues continuou sendo o CEO do Buscapé. No entanto, deixou o cargo em 2015, para se tornar sócio de um fundo de investimento em startups norte-americano. Segundo o empreendedor, a Buscapé Company (que, em 2015, já reunia 18 empresas) tinha mudado bastante a sua filosofia. Isso porque a controladora Nasper estava reorganizando as suas atividades mundialmente. Por isso, decidiu pela venda de algumas empresas do grupo.
O futuro do Buscapé
O que se viu nos anos seguintes foi exatamente isso. Em maio de 2019 o Buscapé foi comprado pelo concorrente Zoom, em uma transação cujos valores não foram revelados.
Com o passar dos anos, a operação do Buscapé foi ficando cada vez mais reduzida. No auge da atividade, a empresa chegou a ter 1.200 funcionários. No entanto, quando foi vendido, o total de colaboradores não chegava a 100. Prevendo o futuro da marca, Romero Romero Rodrigues toma a decisão de deixar o grupo em 2015 para se dedicar à Redpoint eventures
Redpoint eventures: uma investidora que já tem três unicórnios no portólio
A Redpoint eventures é uma venture capital que possui R$ 1,2 bilhão investidos em startups. A gestora investe nos três primeiros estágios das startups (capital-semente, incubadoras e aceleradoras). Atualmente, a empresa possui dois fundos e 48 startups no portfólio, sendo três delas unicórnios (empresas de tecnologia avaliadas em mais de US$ 1 bilhão).
Em 2015, uma parceria entre a Redpoint eventures e o Itaú deu origem ao Cubo, uma plataforma de inovação com o objetivo de aproximar startups de grandes corporações.
Nesse sentido, a parceria entre a Redpoint e o Itaú se mostrou bem sucedida. Isso porque, no final de 2020, o Cubo já tinha mais de 200 startups e 27 empresas mantenedoras.
Em relação ao Cubo, uma das características dessa parceria é o fato de não visar lucro. Ou seja, nem a Redpoint, nem o Itaú possuem qualquer direito sobre os resultados das startups que participam do projeto.
Atualmente, a Redpoint possui mais de 20 unidades de negócios na América Latina. Além de sócio, Romero Rodrigues também é gestor da empresa.
Mais sobre Buscapé-fundadores: quem são eles?
Rodrigo Borges, Romero Rodrigues, Ronaldo Takahashi e Mario Letelier estão no time dos Buscapé-fundadores.
A empresa surgiu para resolver o problema de ajudar o consumidor a encontrar um produto. E, no fim, ajudá-lo em sua decisão, independentemente do canal de compra.
Como “Buscapé-fundadores”, os jovens, todos com 20 e poucos anos na ocasião, propunham um negócio disruptivo para a época de fundação da empresa: 1999.
De maneira pioneira, a ferramenta prestava serviço de comparar preços online.
Buscapé-fundadores: os primeiros investimentos
Os jovens “Buscapé-fundadores” atraíram olhares dos investidores em menos de 12 meses de operação: foram 3 milhões de dólares do Merrill Lynch e do Unibanco.
Posteriormente, o Buscapé foi somando novas aquisições e investimentos até que, em 2009, o conglomerado de mídia sul-africano Naspers adquiriu o controle total por 342 milhões de dólares.
Esta foi a primeira vez que uma empresa 100% digital brasileira completou todos os estágios de investimento: investimento anjo, rodadas de venture capital e venda para um grande grupo).
Buscapé: quando os fundadores deixaram a empresa?
O time de “Buscapé-fundadores” foi se dissolvendo após a compra da empresa pela Naspers, que deixaram o comando da empresa entre 2009 e 2015.
Mario Letelier foi o primeiro e saiu logo depois da venda para o Naspers. Após sua saída, estruturou um negócio na China e voltou ao Brasil, em 2015. Hoje atua como investidor anjo.
Ronaldo Takahashi, outro dos Buscapé-fundadores desvinculou-se da empresa em 2013, e se tornou um dos fundadores da aceleradora Move2.
Rodrigo Borges saiu em 2014 e foi um dos fundadores da Domo Invest, focada em startups.
Já Romero Rodrigues deixou a presidência da empresa em 2015 e se tornou sócio da Redpoint e.ventures, especializada em startups de tecnologia.
Buscapé-fundadores: mais sobre Romero Rodrigues
Embora tenha passado muitos anos à frente da empresa Buscapé, este não é o único empreendimento em que Romero Rodrigues atuou.
No entanto, é possível dizer que a empresa serviu como uma verdadeira escola de negócios para que o mesmo pudesse seguir o seu próprio caminho no empreendedorismo.
Depois de 17 anos à frente do Buscapé, o empresário decidiu se juntar à Redpoint eventures. Após três anos, a empresa já havia investido em mais de 20 startups brasileiras.
Entre as empresas que receberam investimento da Redpoint estão a unicórnio Gympass – que chegou a alcançar um valor de mercado que ultrapassa a casa de US $1 bilhão de dólares – a Creditas, Pipefy e a Rappi.
Romero Rodrigues: Buscapé foi divisor de água
O Buscapé surgiu quando a internet ainda era algo embrionário. A proposta da empresa contribuiu para gerar grandes mudanças na forma como os serviços eram oferecidos na rede.
Os impactos foram imensos não apenas na atuação dentro do próprio segmento, assim como serviu para alavancar áreas relacionadas, como o segmento varejista.
Há mais de 20 anos atrás quando a Buscapé surgiu a internet no Brasil ainda era lenta, discada e o seu valor era extremamente caro para a grande maioria dos brasileiros naquela época.
Além disso, o Buscapé gerou impactos nos comportamento social. Na época de sua fundação, poucas pessoas tinham acesso a computadores. Quanto mais à internet.
O costume de pesquisar um produto na rede, hoje tão comum, ainda não existia. E foi exatamente nesse ponto que Romero e seus amigos sentiram a dor de fazer uma compra e não conseguir obter informações efetivas sobre o produto desejado.
Na época, a ideia de um buscador levou um ano para ser desenvolvida, a um custo de R$ 4.800.
A inovação não teve adesão imediata e sofreu certa resistência por parte das lojas físicas. As primeiras tentativas foram consideradas fracassadas.
No entanto, pouco depois de ser lançada, o Buscapé conseguiu fidelizar um grande número de usuários e clientes.
Romero Rodrigues: inspiração para novos empreendedores
Toda a trajetória de Romero Rodrigues serve como uma grande inspiração para qualquer pessoa.
Afinal, mesmo ainda sendo muito jovens, os fundadores do Buscapé não tiveram medo de arriscar em algo novo, mesmo depois das dificuldades para fazer com que o negócio realmente desse certo.
Isso fez com que eles conseguissem conquistar seus impérios, apesar da pouca idade. Definitivamente, toda a sua trajetória contribuiu para que Romero entendesse o valor da sua experiência.
Isso possibilitou a ajudar, anos mais tarde, outras pessoas para que conseguirem também construir uma trajetória de sucesso.
Na Redpoint, junto com seus sócios, Romero atua na busca de iniciativas que agreguem inovações.
Como um modelo para os novos empreendedores, hoje ele pode fomentar diversas empresas a se consolidarem em um mercado. Sua contribuição permite que novos empresários conquistem seus objetivos e gerem mudanças significativas na forma como seus serviços são oferecidos, mas agora, em uma era totalmente digitalizada.
Buscapé: vale a pena investir?
Mosaico (MOSI3): dona da Buscape abre IPO em 2021
A Mosaico Tecnologia (MOSI3), dona dos sites Buscapé, Zoom e Bondfaro, precificou oferta inicial de ações (IPO) a R$ 19,80 por ação. Assim, movimentou a cifra de R$ 1,2 bilhão.
A oferta consistiu na distribuição primária de 29,2 milhões de papéis, somando R$ 578,6 milhões. Já na tranche secundária foram 32,1 milhões ações, no total de R$ 636,4 milhões, incluindo a colocação dos lotes adicional e suplementar.
A faixa indicativa de preço da oferta estava entre R$ 15,40 e R$ 19,80.
Conforme a Mosaico, os recursos levantados na oferta primária serão direcionados para a quitação de financiamento com o BTG Pactual, bem como ampliação da participação no mercado de e-commerce.
Os coordenadores da oferta são BTG Pactual, Itaú BBA, Goldman Sachs, XP Investimentos e JPMorgan.
Mosaico (MOSI3): ações deixam de ser negociadas na B3 em 2022
As ações da Mosaico (MOSI3) deixaram de ser negociadas na B3 (B3SA3) em março de 2022, após a companhia fundir seus ativos com o Banco Pan (BPAN4).
Os acionistas que decidiram continuar com as ações receberam 0,8 ação do Banco Pan para cada papel da companhia. Eles vão receberam um bônus de subscrição de emissão do Pan.
Diversificação com venture capital: vale a pena?
Os investidores de perfil sofisticado – aqueles que aceitam ter mais risco na carteira – podem tornar a alocação em renda variável mais eficiente e aumentar significativamente o retorno esperado.
O Venture Capital pode adicionar ao portfólio uma classe descorrelacionada com as outras classes de ativos. Isso trará maior eficiência para a diversificação.
Estágio de maturidade, veja o potencial de retorno do Venture Capital
Existem 4 grandes fases na vida de uma empresa. O Buscapé passou por todas elas:
- O chamado “Love Capital”, quando há apenas uma ideia, em fase pré-operacional;
- O Seed ou “Capital-Semente”, quando a ideia é validada no mercado, mas faltam equipe, processos, etc.;
- O Venture Capital, quando a ideia já foi validada, já existem equipe e processos e a empresa está pronta para escalar dentro e fora do país;
- A fase do Private Equity e IPO, que é quando a empresa já está bastante consolidada e abriu seu capital na bolsa de valores.
- Entenda como diversificar uma carteira de investimentos com Venture Capital.
- Baixe a Planilha de Ativos da EQI Investimentos e veja as melhores ações para você investir!
- Quer saber mais sobre os Buscapé e os investimentos? Clique aqui e converse com um assessor da EQI Investimentos.