Investir no Tesouro Direto significa, de maneira resumida, emprestar dinheiro para o governo federal.
Então, ao captar os recursos, o governo aplica basicamente em programas de desenvolvimento do país e quita dívidas públicas.
Como é o governo quem emite os próprios títulos, o risco de inadimplência é muito baixo, fazendo com que essa modalidade ganhe destaque frente à poupança.
Além disso, o programa se tornou popular entre os pequenos investidores pois oferece ativos a preços acessíveis. Com pouco mais de R$ 30 já é possível investir em títulos do Tesouro.
A rentabilidade do Tesouro Direto pode ser acompanhada diariamente pelo site da própria instituição, das 09h30 até as 18h.
Tesouro Direto: modalidades de investimento
No Brasil, existem três tipos de papéis que podem ser adquiridos na plataforma do Tesouro Direto: Tesouro Selic, Prefixado e Tesouro IPCA+.
Vale destacar que a escolha do título deve ser feita de acordo com o perfil e objetivo de cada investidor.
Tesouro Selic
O Tesouro Selic é um papel de baixo risco, possui rentabilidade diária e suas oscilações são menores do que a dos outros títulos do Tesouro.
Dessa maneira, caso precise resgatar o dinheiro do Tesouro Selic antes do vencimento, quase não haverá perda de rentabilidade.
Inclusive, esse é o maior motivo para o Tesouro Selic ser uma das melhores opções para quem deseja construir sua reserva de emergência.
Como o próprio nome diz, ele acompanha a taxa Selic, taxa básica de juros da economia, atualmente em alta: 9,25% ao ano, tendo saído de 2% do início do ano para cá.
Tesouro IPCA+
Em tempos de inflação alta, o Tesouro IPCA+ é uma das alternativas mais interessantes para preservar o patrimônio da desvalorização.
Isso acontece porque o Tesouro IPCA é associado ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor, ou seja, às variações do mercado e da inflação.
Como investimento de renda fixa, parte de sua rentabilidade é atrelada ao IPCA e parte a uma taxa prefixada, expressa em ano.
Para ilustrar, se o título for de IPCA + 4,19%, isso significa que, além da inflação do período, a aplicação rende uma taxa fixa de 4,19% ao ano. Se a inflação subir, a rentabilidade do título subirá proporcionalmente. Caso contrário, o investidor garante, ao menos, a parte prefixada da aplicação.
Dessa forma, essa modalidade é recomendada sobretudo para investidores que buscam retorno e investimentos a longo prazo, como por exemplo, a aposentadoria.
Em relação à remuneração, o Tesouro IPCA+ paga os rendimentos de duas maneiras: somente no vencimento ou de forma semestral.
Na primeira situação, os juros se acumulam até o vencimento. Já na segunda, o pagamento dos juros (ou cupons) ocorre a cada seis meses. Nesse caso, o investidor recebe o cupom semestral nos dias 15 de maio e 15 de novembro se o ano de vencimento do título for ímpar. Se o título vencer em um ano par o pagamento dos juros será feito nos dias 15 de fevereiro e 15 de agosto.
É importante lembrar ainda que, sendo títulos de prazos mais longos, você deve alocar somente os recursos que não precisará no curto prazo. Caso contrário, corre o risco de perder toda a rentabilidade.
Título Prefixado
Os títulos prefixados pagam uma rentabilidade fixa, definida no momento da compra do título. Ou seja, você vai receber exatamente a taxa que está sendo anunciada no dia em que você comprar o título.
Por conta disso, o Tesouro Prefixado é considerado um investimento mais conservador, onde o investidor sabe qual será o valor do seu resgate no dia do vencimento.
A rentabilidade destes títulos é expressa em um percentual, como por exemplo 10% ao ano, 12% ao ano, ou 15% ano.
Mas, para você receber exatamente este percentual, deverá ficar com o título até seu vencimento. Pois no curto prazo, antes do vencimento, as alterações na taxa de juros (Selic) e principalmente dos juros futuros (projeção dos juros) vão mexer muito com o “Valor de Mercado de seu Título”.
O melhor momento para comprar este tipo de título é quando a taxa Selic está em queda, ou seja, quando o governo está reduzindo a taxa Selic.
Tributação: entenda como é
Outro aspecto importante na hora de investir no Tesouro Direto diz respeito à tributação. Isso porque esse título segue a tabela regressiva do Imposto de Renda, que funciona da seguinte forma:
Prazo da aplicação | Alíquota IR |
Até 180 dias | 22,5% |
De 181 a 360 dias | 20,5% |
De 361 a 720 dias | 17,5% |
Acima de 720 dias | 15% |
No caso de títulos que pagam cupom semestrais, como o Tesouro IPCA+ e Tesouro Prefixado, a cada pagamento de juros incidirá o Imposto de Renda.
Por outro lado, quem opta pelo recebimento final de juros pagará a alíquota mínima de IR. Isso porque esses títulos têm vencimentos a partir de três anos.
Além de proporcionar maior rendimento pela capitalização sobre o principal corrigido, o recebimento final dos juros é mais vantajoso também em termos fiscais. Logo, esse é mais um motivo para avaliar corretamente o objetivo do investimento.
O IR sobre os rendimentos do Tesouro é retido na fonte. Isso significa que, ao resgatar o valor, o investidor já o recebe com a quitação do tributo.
Além disso, há também a cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), caso haja algum resgate antes de 30 dias do início da aplicação. Por fim, a B3 cobra uma taxa de custódia pela guarda dos títulos públicos. Em 2021, essa taxa é de 0,25% ao ano.