Segundo informações do Estadão, integrantes da cúpula da Procuradoria-Geral da República (PGR) avaliaram que não há impedimento legal para que o jornalista Glenn Greenwald se tornasse alvo de denúncia do Ministério Público Federal (MPF). Mesmo sem estar sendo investigado de modo formal na Operação Spoofing.
Na reportagem do Estadão, um integrante da cúpula que solicitou não ser identificado, disse que uma denúncia em tese pode sim, incluir uma pessoa que não era originalmente um alvo da investigação. Outro membro comentou que a legislação permite denunciar alguém, desde que “se tenha em mãos elementos suficientes para embasar a acusação”.
Mesmo dizendo-se surpreendidos pela denúncia, a opinião é compartilhada entre outros membros da cúpula segundo reportagem do Estadão. O procurador, responsável pelo caso, Wellington Divino Oliveira avaliou que o material recebido por Glenn foi obtido de maneira ilícita. Em que Glenn tentou subverter a noção do sigilo de fonte, para orientar o grupo a atacar novos alvos.
Outros subprocuradores ouvidos pela reportagem do Estadão, comentaram que é possível denunciar uma pessoa que não foi investigada de forma direta. Mas, que para realizar essa ação seriam necessárias provas. O procurador, Welling Divino compreendeu que a atuação do jornalista não estaria coberta pelo exercício da imprensa e sigilo de fonte, segundo afirmou um integrante da PGR a reportagem.
O caso do jornalista do The Intercept, Glenn Greenwald ganhou conhecimento devido a uma liminar a favor de Gleen dada por Gilmar Mendes. Em que o ministro determinou: “[…] autoridades públicas e seus órgãos de apuração administrativa ou criminal abstenham-se de praticar atos que visem à responsabilização do jornalista Glenn Greenwald pela recepção, obtenção ou transmissão de informações publicadas em veículos de mídia”.
