O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), demitido do Ministério da Cidadania, pode ser uma peça-chave do governo para melhorar o diálogo com o Congresso. O presidente Jair Bolsonaro pode render um a ele uma das lideranças do governo, informou o Estadão. Mas isso ainda não foi determinado.
Nos últimos dias, Bolsonaro negociou possibilidades com aliados. Atualmente, quem planeja exercer suas funções é o presidente da Câmara, Vitor Hugo (PSL-GO) e o senador Eduardo Gomes (MDB-TO), e o senado Fernando Bezerra (MDB-PE).
Eles mantêm um relacionamento de longa data com Luiz Eduardo Ramos. Ele é coordenador político do Palácio do Planalto, ministro do secretariado do governo.
Assim, os líderes do governo desempenham um papel fundamental na negociação. E em alguns casos, ganharam status semelhante aos ministros por meio de relacionamentos diretos com o presidente, informou o Estadão.
Com isso, Bolsonaro planeja o mesmo status para Terra. Mas com a a vantagem de ter uma experiência parlamentar em função – o ex-ministro da Cidadania. Ele está em seu quarto mandato na Câmara.
Tabuleiro
Na cerimônia de inauguração do novo ministro da Administração Interna, Walter Braga Neto, Bolsonaro expressou confiança em Terra. Em seu discurso, o presidente comparou o governo a um tabuleiro de xadrez e afirmou que “nenhuma peça será perdida”.
Demitido do governo, Terra esteve presente na cerimônia que deu posse ao ex-chefe do Casa Civil, Onyx Lorenzoni, como titular do Ministério da Cidadania. Todavia, a presença dos exonerados não é uma praxe. O ex-ministro ainda fez um discurso de cerca de dez minutos elogiando o governo Bolsonaro.
Na volta à Câmara na segunda-feira, 17, o ex-ministro disse que está à disposição dos colegas para ajudar na interlocução com o governo.