Em mais um capítulo da guerra diplomática entre as duas maiores potências econômicas mundiais, a China fecha consulado dos EUA em Chengdu nesta sexta-feira (24). E abala os mercados.
Pequim anunciou que está encerrando as operações do consulado dos EUA de Chengdu, no sudoeste da China. A medida é uma retaliação ao fechamento do consulado chinês em Houston, ocorrido na quarta-feira (22).
O Ministério das Relações Exteriores chinês afirmou em comunicado que o fechamento é uma “resposta legítima e necessária”. E que o ato dos EUA é “injustificado”.
A retaliação ocorre antes do prazo final de 72 horas dado pelos EUA para que diplomatas chineses desocupassem as instalações em Houston.
A decisão de Pequim inclui a expulsão de diplomatas e fecha um posto relevante para a região autônoma do Tibete.
Segundo analistas ouvidos pela Bloomberg, a decisão chinesa tem um impacto maior do que o fechamento do consulado dos EUA em Wuhan, como vinha sendo cogitado. No entanto, tem peso menor do que um possível fechamento de representações diplomáticas em Hong Kong ou Xangai.
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China fecha consulado: resposta ao fechamento em Houston
Os EUA fecharam na manhã de quarta o Consulado da China em Houston. A medida, disse o Departamento de Estado, visou proteger “informações privadas” dos americanos.
A decisão abrupta foi tomada depois que vizinhos do consulado chamaram os bombeiros para relatar que os chineses estavam queimando papéis em latões de lixo no pátio do prédio. Há vídeos circulando na internet mostrando a cena.
Hackers estariam roubando informações
A crise entre EUA e China já vem do ano passado. E envolve duras negociações do acordo comercial entre as superpotências. Isto além de acusações mútuas sobre a origem e a conduta durante a pandemia de coronavírus. E também disputas sobre tecnologia 5G.
Há alguns dias, os EUA acusaram hackers chineses de atacar as defesas de quatro empresas americanas que desenvolvem tratamentos contra o coronavírus. Os hackers também teriam roubado informações sobre empresas ocidentais de diversos países.
Segundo a Bloomberg, um porta-voz do Departamento de Estado, não identificado, disse que a China aumentou seu serviço de espionagem nos últimos anos.
E que isto incluiria interferência na política interna, propriedade intelectual roubada, coerção de líderes empresariais e ameaça às famílias de americanos na China.
Por sua vez, a China acusa os EUA de assediar funcionários diplomáticos e de intimidar estudantes chineses.
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