O Ibovespa não seguiu o ânimo dos mercados após a decisão do Fed em manter as taxas de juros próximas do zero e, às 15h50, registrava perdas de 1,59%, aos 95.069,11 pontos, depois de abrir o dia em alta.
A queda pode ser explicada pelo ajuste de posições por conta do feriado de amanhã (11) e pelo alinhamento com o exterior, que está em baixa à espera das decisões do Federal Reserve (Fed), banco central americano.
No Brasil, é véspera de feriado sem pregão na bolsa. A principal notícia do dia é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial de inflação do país, que ficou em -0,38% em maio, ante -0,31% de abril.
Essa é a menor variação mensal desde agosto de 1998 (-0,51%). No ano, o IPCA acumula queda de 0,16% e, nos últimos doze meses, alta de 1,88%. A divulgação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
A deflação abre brecha para novos cortes de juros pelo Banco Central. Na expectativa do mercado captada pelo último Boletim Focus, a previsão é de IPCA a 1,53% no ano.
O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne na próxima semana (dias 16 e 17) para definir a Selic, que é projetada a 2,25%. Na ata da última reunião, a preocupação com a subida da inflação era uma das justificativas alegadas para evitar cortes mais profundos nos juros.
As reaberturas do comércio em São Paulo e no Rio de Janeiro devem repercutir positivamente. O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, deve assinar hoje acordo com shoppings para reabertura na quinta (11). Depois de um vai e vem ontem, a Justiça manteve a flexibilização no Rio.
Ontem também foi adiada a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a investigação da denúncia contra a chapa Bolsonaro-Mourão. O ministro Alexandre de Moraes pediu mais tempo para analisar o caso. A denúncia é de ataque hacker à página de Facebook Mulheres contra Bolsonaro, durante a campanha de 2018.
O Supremo Tribunal Federal (STF) julga hoje se arquiva inquérito que investiga disparo ilegal de notícias falsas.
Ações
A JBS (JBSS3) conseguiu liminar que garante a reabertura de fábrica de processamento em Caxias do Sul (RS). Ela estava fechada depois de casos de Covid-19.
A Petrobras (PETR4) estendeu prazo para recebimento de ofertas por blocos exploratórios no Espírito Santo.
A BR Distribuidora (BRDT3) adiou pagamento de juros sobre capital para 30 de dezembro.
A Cogna (COGN3) teve rating brAAA reafirmado pela S&P.
A Light (LIGT3) informou que o fundo Samambaia Master passou a deter 20,01% do capital da empresa.
A taxa de ocupação da Azul (AZUL4) foi de 74,1% em maio.
A Positivo (POSI3) anunciou programa de recompra de até 6 milhões de ações.
Mais negociadas
- IRB (IRBR3): -0,61%
- Petrobras PN (PETR4): -2,67%
- Via Varejo (VVAR3): +1%
- Azul (AZUL4): -7,60%
- Bradesco PN (BBDC4): -2,79%
Maiores altas
- Taesa (TAEE11): +1,70%
- B2W (BTOW3): +1,48%
- Raia Drogasil (RADL3): +1,09%
- Hapvida (HAPV3): +1,18%
- Engie Brasil (ENGIE3): +0,95%
Maiores baixas
- Azul (AZUL4): -7,60%
- Gol (GOLL4): -6,29%
- Embraer (EMBR3): -6,11%
- Usiminas (USIM5): -4,11%
- CVC (CVCB3): -4,32%
Exterior
O foco é nas resoluções da reunião do Federal Reserve (Fed), que sai às 15h. A expectativa é por nenhuma mudança nas taxas de juros, mas manutenção dos pacotes de estímulos.
O que os investidores querem ouvir são as projeções de Jerome Powell, presidente do Fed, para a economia e uma sinalização de até quando o banco manterá as injeções de dinheiro.
A Ásia fechou mista. Foi divulgado o Índice de Preços ao Produtor da China de maio, que veio mais baixo do que o esperado. O indicador ficou em -3,7% na comparação anualizada, quando mercado aguardava -3,3%. O Índice de Preços ao Consumidor subiu 2,4% na comparação anualizada, menos do que os 2,7% estimados.
Confira as cotações às 11h50:
Nova York
- S&P: -0,98%
- Nasdaq: -0,54%
- Dow Jones: +0,40%
Europa
- DAX, Alemanha: -0,70%
- FTSE, Reino Unido: -0,26%
- CAC, França: -0,84%
- FTSE MIB, Itália: -0,90%
- Stoxx 600: -0,41%
Ásia
- Nikkei, Japão: +0,15%
- Xangai, China: -0,42%
- HSI, Hong Kong: -0,03%
- ASX 200: +0,06%
- Kospi, Coreia, +0,31%
Petróleo
- WTI (julho 2020): US$ 38,27 (-1,72%)
- Brent (agosto 2020): US$ 40,55 (-1,53%)