O Banco do Brasil (BBAS3) divulgou nota, nesta terça (6), afirmando que não houve aprovação oficial sobre operação envolvendo a Elo. O texto esclarece questionamento da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e complementa que o banco avalia alternativas.
O comunicado do BB foi divulgado para esclarecer notícia veiculada no jornal O Estado de São Paulo, sob o título: “Elo comprará própria marca por R$ 400 milhões para IPO”.
“O banco reitera o posicionamento divulgado no comunicado ao mercado, de 6 de agosto de 2020”, diz a nota.
Na ocasião foi informado pelo Banco do Brasil e Bradesco (BBDC4) que a bandeira de cartões Elo Serviços pode realizar uma Oferta Inicial de Ações (IPO). A informação já circulava no mercado.
Banco do Brasil: estudos iniciais
Estudos iniciais estão sendo feitos para avaliar a possibilidade de IPO, informava o BB.
Em resposta a ofício da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o Bradesco, em agosto de 2020, afirmou que está em “conversas iniciais” com os demais acionistas a respeito de eventual operação envolvendo a Elo. Mas o banco diz que não há qualquer decisão concreta sobre o assunto.
Já o BB disse que estão sendo realizados estudos, ainda não conclusivos, sobre a participação societária.
“O BB avalia constantemente suas participações no segmento de meios de pagamento, visando identificar oportunidades e alternativas que contribuam com sua estratégia corporativa e que agreguem valor aos seus acionistas”, disse nesta terça o comunicado do banco.
“Neste escopo estão sendo realizados estudos, ainda não conclusivos, sobre a abertura de capital da Elo Serviços S.A..”
Em relação à compra da marca Elo pela Elo Serviços S.A. junto à Elo Participações Ltda., lembra a nota, o “BB informa que não há aprovação formal no âmbito da governança das companhia sobre o tema.”
“Sobre a participação acionária indireta na Elo Serviços S.A., o BB informa que eventuais
alterações resultantes do mecanismo de variabilidade não devem constituir materialidade para o BB.”, acrescenta a nota.
Sobre a Elo
Lançada em 2011, a Elo é a maior bandeira brasileira de cartões, ultrapassando 132 milhões de cartões emitidos. Tem produtos e serviços para pessoas físicas e jurídicas, nas modalidades crédito e débito.
A Elopar, uma joint venture entre Bradesco (50,01%) e Banco do Brasil (49,99%), controla a Elo, com 56,969% de participação. O restante está com a Caixa Econômica Federal (36,889%) e o Bradesco diretamente (6,142%).
Bradesco (BBDC4): conversas com acionistas sobre operação
O Bradesco (BBDC4) também publicou nota sobre a operação. O banco disse, também em esclarecimento à CVM, que continua em conversas com acionistas sobre eventual operação envolvendo a Elo.
O ofício também faz referência à notícia veiculada no Estadão, com título: “Elo comprará própria marca por R$400 milhões para IPO”.
“O Bradesco informa que continua em conversas com os demais acionistas a respeito de eventual operação envolvendo a Elo Serviços S.A. (Elo Serviços), não havendo, até o momento, qualquer decisão concreta ou deliberação em qualquer órgão societário”, pontua o banco no comunicado.
“O assunto como um todo, incluindo eventual transferência de titularidade da marca ‘Bandeira Elo’ para a Elo Serviços, depende de discussões e estudos que ainda estão sendo desenvolvidos”, diz ainda o texto do Bradesco.
“De qualquer modo, eventual recebimento de recursos pela venda da marca Elo caberia à Elopar, na qualidade de detentora da marca”, lembra o banco. “Ainda que o Bradesco receba proporção desses recursos, o valor correspondente não seria relevante para o banco.”
Com relação ao recálculo de participações dos acionistas na Elo Serviços, com base no volume de cartões por eles emitidos, o Bradesco “esclarece que o Acordo de Acionistas da Elo Serviços prevê a possibilidade de ajustes periódicos das participações acionárias, conforme a contribuição de cada acionista para os resultados da Elo Serviços.”
E conclui: “Eventuais ajustes são realizados considerando o valor patrimonial das ações de emissão da Elo Serviços, não representando materialidade de valor para o Bradesco.”
Hapvida (HAPV3) estuda follow-on
A Hapvida (HAPV3) esclareceu à CVM que estuda follow-on, mas que nenhuma decisão foi tomada pela companhia a esse respeito.
O comunicado foi publicado após notícia divulgada pelo site do Valor Econômico, sob o título “Hapvida prepara follow-on de R$ 3 bi”.
Diz a Hapvida: “A empresa comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral que vem estudando a realização de eventuais captações de recursos a fim de financiar investimentos, novas aquisições e aquisições já divulgadas, assim como fortalecer sua posição de caixa.”
A companhia explica, no entanto, que a efetiva realização de eventuais captações pode se dar
por meio de oferta de ações ou instrumentos de dívida e estarão sujeitas, dentre outros fatores, “à obtenção das aprovações societárias, às condições mercadológicas e macroeconômicas, ao interesse de investidores.”
Assim, reforça a companhia, nenhuma decisão foi efetivamente tomada nesse sentido.