O governo dos EUA fechou o Silicon Valley Bank (SVB), considerado o “banco das startups” e o mercado teme uma crise em Treasuries.
Isso porque a instituição financeira estava bastante posicionada neste tipo de título, que pertence ao Tesouro norte-americano e, assim, há um receio de que haja algum tipo de risco no setor bancário do país.
Entretanto, para o UBS, não há possibilidade de contágio no sistema bancário. “Acreditamos que os ventos contrários ao setor podem ser gerenciados”, informou e relatório, explicando que ontem o SVB relatou um “rombo” de quase US$ 2 bilhões por causa de perdas no portfólio de títulos de dívida do governo dos EUA.
O UBS esclareceu, no documento, que nos últimos anos muitos bancos locais investiram fortemente em Treasuries de longo prazo, cujos valores caíram muito depois que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) passou a elevar os juros.
Também disse que a Federal Deposit Insurance Corporation (Fdic) alertou recentemente que os bancos americanos enfrentam US$ 620 bilhões em perdas não realizadas associadas às suas carteiras de títulos de dívida.
E acrescentou que investidores também estão preocupados quanto à possibilidade de clientes retirarem seus depósitos em favor de papéis de curta duração, que estão dando maior retorno.
Apesar de não ver riscos, o UBS avalia que a situação reforça as perspectivas negativas para o setor bancário. Mas também lembra que, desde a crise financeira de 2008, os bancos estão sujeitos a regras mais rígidas de liquidez, o que deve conter uma crise mais generalizada.

Treasuries
Nesta sexta, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, informou que monitora a crise do Silicon Valley Bank, bem como os desdobramentos em vários outros bancos. “Há desdobramentos recentes em alguns bancos que preocupam e estou monitorando com muito cuidado. Quando os bancos sofrem perdas financeiras deve ser motivo de preocupação”, disse.
O UBS, por sua vez, diz acreditar que os ventos contrários ao setor podem ser gerenciados.
Silicon Valley Bank (SVB)
O ocorrido com o SVB abalou o mundo tech, visto que a instituição detinha, entre sua clientela, alguns dos principais executivos do mundo, do ambiente de tecnologia, bem como empresas do segmento.
A carteira de clientes que possuía o fez se tornar o maior banco americano a falir desde a crise financeira de 2008.
O governo foi obrigado a se apropriar de quase US$ 175 bilhões em depósitos de clientes, agora sob o controle da Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC).
A instituição poderá ser vendida a um banco maior ou fundos de investimentos. Ao menos já trabalha com essa possibilidade.
Desde que veio à tona a informação de que sua saúde financeira não andava bem, houve uma corrida de correntistas buscando levantar suas aplicações.
O acontecimento foi tão relevante que a FDIC, instituição que tem por função garantir os depósitos bancários dos EUA, precisou criar um novo banco, o National Bank of Santa Clara, para manter os depósitos e outros ativos do SVB.
O regulador disse em um comunicado à imprensa que a nova entidade estaria operando na segunda-feira e que os cheques emitidos pelo antigo banco continuariam a ser compensados.
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