O novo salário mínimo nacional de R$ 1.518 será depositado pela primeira vez neste mês de fevereiro. Apesar de o valor reajustado estar em vigor desde janeiro, o pagamento ocorre com defasagem, pois os trabalhadores recebem o salário referente ao mês anterior.
O reajuste representa um acréscimo de R$ 106 em relação ao mínimo anterior, um aumento de 7,5%, superior à inflação do período. No entanto, o valor poderia ter sido maior, caso não houvesse o corte de gastos aprovado no fim de 2024.
A atualização do salário mínimo segue uma nova fórmula, que alterou a metodologia de reajuste. Antes, o cálculo considerava a reposição da inflação pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) — mais favorável ao trabalhador do que o IPCA, índice oficial da inflação —, além da variação do PIB (Produto Interno Bruto). Com essa regra, o salário mínimo chegaria a R$ 1.525.
Novo salário mínimo pode elevar despesas
Com a nova regra, foi estabelecido um teto de aumento de despesas de 2,5%. Isso significa que, mesmo que o PIB cresça acima desse patamar, como foi o caso da alta de 3,2% registrada, apenas o percentual máximo de 2,5% será aplicado no cálculo.
O reajuste do salário deste ano foi alvo de debates, especialmente após o anúncio de medidas contracionistas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Atualmente, a fórmula de cálculo considera a inflação somada ao crescimento do PIB de dois anos antes. Em 2025, considerando valores atuais, o salário mínimo teria um ganho real de 2,9%, podendo chegar a 3,3% em 2026.
Esse valor representa um reajuste de 7,93%, superior à projeção do governo federal enviada no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), que prevê um piso de R$ 1.509. Contudo, a equipe econômica avalia limitar o ganho real a 2,5%, em conformidade com a regra fiscal do arcabouço. Nesse cenário, o salário mínimo ficaria em torno de R$ 1.515, considerando um aumento mais restrito.
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