O equipe de Macro & Estratégia do banco BTG Pactual (BPAC11) divulgou nesta segunda-feira (12) relatório de análise com previsão de alta do PIB da China em 4,85% a partir das mudanças nos padrões de combate à Covid no país, após o abandono das políticas de Covid zero.

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Inicialmente as mudanças eram conjunturais e tomadas de forma localizada pelas cidades e governos provinciais, sem manifestações, ao menos oficiais, do Comitê Central do Partido Comunista Chinês, mas já ganharam nas últimas semanas o endosso de autoridades nacionais de saúde.
O processo de reabertura geral da economia deve seguir de forma gradual, a fim de evitar idas e vindas e alternâncias entre aberturas e novos lockdowns.
“Nossa expectativa básica é que a reabertura estrutural só ganhará tração no 2TRI23, mas reconhecemos que essa normalização pode ocorrer ainda no primeiro trimestre. A campanha de vacinação ganhará tração nas próximas semanas e há maior chance de utilização de novas vacinas de mRNA no próximo ano, abrindo espaço para uma consolidação da mudança da dinâmica de Covid-zero”, diz o relatório.
Os analistas prosseguem: “Reforçamos que o processo não será linear e a fase inicial será repleta de um número elevado de casos”, explica o texto, citado que a estimativa de aumento do PIB leva em conta modelos que se utilizam de estatísticas como o PMI Composto e experiências anteriores de reabertura adotadas desde o início da pandemia, em fevereiro de 2020.
O valor pode variar, segundo os analistas do banco, entre 3,98%, num cenário mais pessimista, com aumento de casos e novas ondas de restrição, e 5,50%, num cenário mais otimista, de sucesso das campanhas de vacinação.
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As medidas de Covid zero e a queda no PIB da China
Enquanto a maior parte do mundo optou pela utilização massiva das vacinas para garantir o combate ao Covid-19, a China utilizou medidas mais draconianas na dinâmica de Covid-zero, como os lockdowns, o isolamento de casos positivos e a restrição completa de mobilidade mesmo à luz de baixo número de casos.
O monitoramento é extensivo e rigoroso por parte dos governos regionais, com objetivo de manter o número de casos sintomáticos e assintomáticos (a maioria) próximos ou em zero. A intensidade do regime aumentou após a onda do 2TRI22, quando Xangai adotou medidas de forma tardia (na visão do governo central), deixando pouco espaço para erros nas ondas futuras.
Desde então, com a disseminação das variantes BF.7 e BA.5, os governos locais estavam muito mais reativos a cada nova pequena onda, fechando bairros e regiões inteiras.
Essa combinação afetou o potencial de demanda da economia e seu crescimento ao longo dos últimos meses. No 2TRI22, o PIB chinês recuou -2,6% t/t, deve ficar estável no 4TRI22 e comprometeu a performance do ano, inviabilizando a meta de crescimento ao redor de 5,5% estabelecida pelo governo.
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Reação da população impõe mudança de política
O número recorde de casos de Covid em novembro motivou a continuidade das restrições, que foi recebida de forma pouco usual pelos chineses: protestos contra a estratégia em diversas metrópoles, como a capital política. Pequim; a capital financeira, Xangai; e até Wuhan, ponto de partida da pandemia.
As manifestações contra as medidas de isolamento aumentaram o risco de instabilidade social e política e deixaram claro que o descontentamento com as políticas de restrição era nacional.
A mudança de postura do governo central ficou clara nas 20 medidas anunciadas em 11 de novembro, seguidas de mais 10 medidas em 6 de dezembro – com a Comissão Nacional de Saúde (NHC) atualizando o protocolo de dinâmica de Covid-zero.
Entre as medidas estão o fim da exigência de testes negativos tanto para a entrada em edifícios e o transporte público local como para viagens dentro da China e o fim das aulas remotas em universidades onde não houver registro de casos por mais de cinco dias.
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Vacinação é o caminho para o sucesso das novas políticas
A reabertura da China após tais mudanças tornou-se o grande tema de mercado para definição de posicionamento de risco, em conjunto com as decisões de política monetária pelos principais Bancos Centrais.
O sucesso da reabertura, contudo, depende principalmente do bom resultado das políticas de vacinação. Por mais que o processo esteja avançado, sabe-se que o governo central de Pequim não hesitará em adotar de novo posturas restritivas.
“Entendemos que o avanço na vacinação é o ponto focal para garantir o sucesso e consolidação da volta à normalidade nos próximos meses e trimestres, assim como ocorreu no Ocidente”, estimam os analistas do BTG no relatório.
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