Os Estados Unidos criaram 139 mil mil vagas de emprego em maio, de acordo com o payroll divulgado nesta sexta-feira (2) pelo Departamento de Trabalho dos EUA. O resultado superou as projeções do mercado, que estimava a geração de 125 mil mil empregos.
Os dados do mês passado mostraram uma desaceleração em relação a abril, quando foram criadas 147 mil vagas na economia dos Estados Unidos, número ajustado em revisão. A taxa de desemprego manteve-se estável em 4,2%, e o total de desempregados ao final de maio foi de 7,2 milhões.
A taxa de participação da força de trabalho ficou em 62,4%, enquanto a proporção de pessoas empregadas em relação à população total alcançou 59,7%.
No que diz respeito aos salários, a remuneração média por hora nos EUA foi de US$ 36,24, representando um aumento de 0,4% em relação ao mês anterior e de 3,9% na comparação com maio de 2024.
Outros dados além do payroll
O payroll é amplamente reconhecido como o mais relevante dos três principais indicadores do mercado de trabalho dos Estados Unidos. Ao longo da semana, outros dados sobre o emprego foram divulgados, com resultados variados que contrastaram com o sinal emitido pelo payroll.
O Relatório ADP mostrou a criação de apenas 37 mil empregos no setor privado no mês passado — número bem abaixo da expectativa de 144 mil vagas — e marcou o menor nível de contratações desde março de 2023.
Por sua vez, o levantamento Jolts (Job Openings and Labor Turnover Survey), referente a abril, apontou um aumento no número de vagas abertas, que chegou a 7,4 milhões.
Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, avalia que os dados do mercado de trabalho norte-americano, destacando que os dados mais recentes vieram praticamente em linha com o que era esperado pelo consenso. Segundo ele, “os números mostraram um resultado muito parecido com o esperado, com revisões bastante expressivas para baixo nos dois meses anteriores”.
Kautz observa que a aceleração nas contratações que parecia estar presente anteriormente perdeu força. “Aquela reaceleração nos dados deu lugar a uma estabilidade”, afirmou. Ainda assim, ele destaca que essa estabilidade se mantém em níveis relativamente sólidos, com a criação de cerca de 130 a 140 mil vagas por mês — patamar compatível com um crescimento do PIB em torno de 2%.
Mesmo com as revisões para baixo, o economista considera o cenário ainda positivo. A taxa de desemprego permaneceu estável em 4,2%, e os salários tiveram alta de 1,5%. “O mercado de trabalho continua mostrando resiliência, sem sinais claros de desaceleração, recessão ou aumento de demissões”, explicou.
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