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Paralisação do governo dos EUA: entenda os impactos

Paralisação do governo dos EUA: entenda os impactos

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos está correndo contra o tempo: a partir de domingo (1°), pode haver uma paralisação do governo dos EUA. O Congresso norte-americano permanece em um impasse sobre um acordo de financiamento, enquanto os departamentos e agências federais iniciaram o processo obrigatório de planejamento para suspender funções não essenciais.

Cada departamento e agência tem seu próprio conjunto de planos e procedimentos, que inclui informações sobre: 

  • quantos funcionários seriam dispensados;
  • quais funcionários são essenciais;
  • quais trabalhariam sem remuneração;
  • quanto tempo levaria para encerrar as operações nas horas anteriores à paralisação;
  • quais atividades seriam interrompidas.

Caso o Congresso não consiga aprovar uma lei de despesas de curto prazo, uma paralisação do governo dos EUA poderá ter enormes impactos em áreas que vão desde as viagens aéreas até a água potável.

Sobretudo, em caso de paralisação do governo dos EUA, os quase 4 milhões de funcionários federais sentirão o efeito imediatamente. Os trabalhadores essenciais permanecerão no trabalho, mas outros serão dispensados até o fim do impasse – e possivelmente não serão pagos durante a interrupção de atividades.

Entre 2018 e 2019, os EUA registraram um lapso recorde de financiamento de 35 dias.

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Doreen Greenwald, presidente do Sindicato dos Empregados do Tesouro Nacional, que representa 150 mil trabalhadores em 35 órgãos, disse: “Tivemos milhares de membros em todo o país que devolveram presentes de Natal porque precisavam de dinheiro, que perderam o pagamento da hipoteca, contraíram empréstimos de curto prazo e aumentaram suas dívidas de cartão de crédito porque não receberam salários por um mês”.

Em média, os membros da Federação Americana de Funcionários do Governo ganham entre US$ 55 mil e US$ 65 mil por ano. Os que trabalham por hora ganham em média US$ 45 mil anualmente. 

A maioria dos nossos membros vive de salário em salário e não pode perder um dia de pagamento”, disse Everett Kelley, presidente do sindicato. 

A Federação Americana de Funcionários do Governo é o maior sindicato de funcionários federais, com 750 mil membros. 

Paralisação do governo dos EUA: Republicanos apelam à extrema direita

Até agora, o Congresso não conseguiu concluir nenhum dos 12 projetos de lei de gastos regulares para financiar programas de agências federais no ano fiscal, que tem início em 1º de outubro.

Diante disso, o presidente da Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy, apresentará um plano para obter a aprovação de quatro grandes projetos de lei, incluindo financiamento militar e de segurança interna.

O político espera demonstrar progresso suficiente para que os republicanos de extrema direita apoiem o projeto de lei envolvendo gastos.

O deputado republicano Michael McCaul, que preside o Comitê de Inteligência da Câmara, pediu ao grupo “resistente” do partido que pare de barrar projetos de lei de gastos apoiados pelos Republicanos.  “Os Republicanos precisam votar nos projetos de lei do partido para evitar uma paralisação”, disse.

No sábado (23), Biden acusou parte da oposição “extremista” de forçar os cidadãos a pagarem o preço de suas demandas. “Financiar o governo é uma das responsabilidades mais básicas do Congresso. É hora de os republicanos começarem a fazer o trabalho para o qual os EUA os elegeram“, afirmou.

A parte mais resistente do partido, que quer cortes profundos nas despesas para além do acordo aprovado no início deste ano, não mostrou sinais de ceder.

Em junho, o presidente Joe Biden sancionou um aumento no endividamento dos Estados Unidos, mediado com McCarthy, que resultou em cerca de US$ 1,5 bilhão em cortes de despesas ao longo de 10 anos.

Os republicanos de ultradireita da Câmara querem ir mais longe: cerca de US$ 120 bilhões em cortes adicionais apenas para o novo ano fiscal. 

Se o Congresso não aprovar uma resolução orçamentária antes de 1º de outubro, e houver de fato uma paralisação do governo dos EUA, o país ficará impossibilitado de financiar operações federais, o que poderia parques nacionais, suspender a emissão de passaportes, entre outras consequências.