A Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) divulgou no sábado (25) uma avaliação em que aponta como “mais provável” a tese de que a pandemia de Covid-19 teve origem em um vazamento no Instituto de Virologia de Wuhan, na China.
O relatório foi elaborado ainda durante o governo de Joe Biden e publicado sob a direção do novo chefe da CIA, John Ratcliffe, indicado pelo republicano Donald Trump, que assumiu a presidência em 20 de janeiro.
De acordo com o comunicado oficial, a agência considera o vazamento laboratorial “a explicação mais plausível”, embora não descarte completamente a possibilidade de uma origem natural para o vírus. A CIA também afirmou que continuará revisando documentos relacionados ao tema.
Ratcliffe, que já defendia anteriormente a teoria do vazamento laboratorial, reiterou sua posição em uma entrevista após ser confirmado no cargo. Ele afirmou que a avaliação pública das origens da pandemia seria uma de suas prioridades iniciais:
“Para mim, isso é algo do primeiro dia”, declarou. “Acredito que nossa inteligência, ciência e bom senso apontam que a origem da Covid-19 foi um vazamento no Instituto de Virologia de Wuhan.”
Origem da Covid-19: China reage
A embaixada da China em Washington criticou a conclusão, acusando os Estados Unidos de “politizarem” o tema e promoverem uma narrativa infundada contra Pequim. O governo chinês reafirmou que as alegações de vazamento de laboratório não possuem credibilidade e que o país apoia as pesquisas para identificar a origem da pandemia.
Em 2023, o FBI, sob a direção de Christopher Wray, já havia adotado uma posição semelhante, apontando para a hipótese de um vazamento em Wuhan. A CIA, no entanto, afirmou que mantém “baixa confiança” em sua avaliação e reconhece que tanto a origem laboratorial quanto a natural ainda são possibilidades plausíveis.
Ainda não está claro se a agência obteve novas informações que embasaram essa última avaliação. A decisão de intensificar os esforços para determinar a origem da pandemia teria sido impulsionada pelo então diretor da CIA, William Burns, nas semanas finais do governo Biden, em razão da relevância histórica do tema.
Enquanto isso, a China segue rebatendo as acusações e acusa Washington de conduzir uma investigação influenciada por interesses políticos, sem evidências sólidas.
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