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Nubank: alerta contra bets causa polêmica

Nubank: alerta contra bets causa polêmica

O Nubank (NU; $ROXO34) passou a exibir uma notificação no aplicativo quando o cliente realiza transferências para empresas de bets, as casas de apostas esportivas. Desde a segunda-feira (13), relatos indicam que o pop-up surge confirmando se a transferência é mesmo destinada a uma plataforma de apostas e sugere que o cliente “guarde” o dinheiro em vez de apostar.

A mensagem do Nubank alerta que as bets não oferecem garantias de ganho e sugere investimentos como uma alternativa menos arriscada. Essa notificação, porém, não aparece em todas as transações realizadas pelos clientes, sendo ativada apenas quando a chave Pix é identificada como pertencente a uma casa de apostas.

Em nota, o Nubank explicou que a mensagem é parte de testes voltados para uma pequena parcela dos usuários, com o objetivo de “melhorar a experiência dos clientes”. Segundo a empresa, quaisquer atualizações ou mudanças serão comunicadas oportunamente.

Reação do setor de apostas

Entidades do setor reagiram com indignação. A Associação Internacional de Gaming (Aigaming), a Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Digitais (Abragames) e a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) publicaram uma carta de repúdio, acusando o Nubank de extrapolar seu papel como instituição financeira regulamentada e ferir princípios de isonomia e liberdade econômica.

As associações questionaram o motivo de o banco não emitir alertas semelhantes para transações relacionadas à compra de bebidas alcoólicas ou cigarros, também associados a comportamentos de risco. Além disso, argumentaram que a notificação poderia incentivar clientes a buscar plataformas de apostas não regulamentadas, aumentando os riscos de fraudes.

O impacto financeiro das bets no Brasil

Dados de 2024 destacam o crescimento das apostas online no Brasil e seus impactos econômicos. Um estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revelou que mais de 1,3 milhão de brasileiros se tornaram inadimplentes devido às apostas. Outro levantamento do Serasa apontou que 57% dos endividados que apostam online não estavam inadimplentes antes de começarem a apostar.

Além disso, uma pesquisa da Febraban em parceria com o IPESPE indicou que 40% dos entrevistados têm familiares ou amigos próximos que contraíram dívidas em função das apostas. No mesmo estudo, 79% afirmaram que as apostas trazem mais problemas financeiros do que soluções.

O Pix é o principal meio de pagamento para apostas, sendo utilizado em 79% das transações. Outros métodos, como cartão de crédito e débito, também são comuns, mas em menor escala.

Um mercado em expansão

De acordo com dados do Banco Central, o volume mensal de transferências via Pix para bets variou entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões em 2024. Esse montante representa um impacto significativo no consumo doméstico: 54% do valor apostado, equivalente a R$ 66,8 bilhões, deixa de ser destinado a despesas como alimentação, transporte e lazer.

O setor de apostas no Brasil já representa 2,3% do orçamento familiar e cerca de 1,1% do PIB nacional, consolidando o país como o terceiro maior mercado de apostas do mundo. Até 2026, a receita bruta das empresas de apostas deve alcançar R$ 5,5 bilhões, impulsionada por maior segurança regulatória e avanços tecnológicos.

Segurança e responsabilidade financeira

A preocupação do Nubank com a conscientização financeira reflete uma tendência entre instituições financeiras. Bancos como o Bradesco já analisam hábitos de apostas ao conceder crédito, enquanto o Congresso discute restringir o uso de cartões de crédito em plataformas de apostas, especialmente para beneficiários do Bolsa Família.

Essas medidas mostram que, embora o mercado de apostas esteja em alta, há uma crescente atenção aos riscos associados a ele, tanto por parte das instituições financeiras quanto do poder público.

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