O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) da Fundação Getulio Vargas (FGV) cedeu 2,6 pontos em outubro, para 131,3 pontos. No mês anterior, o indicador subiu quase 15 pontos.
De acordo com o resultado divulgado nesta sexta-feira (29), o indicador inicia o último trimestre do ano 16,2 pontos acima de fevereiro de 2020 (115,1 pts), último mês antes da chegada da pandemia de Covid-19 ao país.
Conforme Anna Carolina Gouveia, Economista do FGV IBRE, a queda reflete uma acomodação da incerteza em patamar elevado.
“O resultado reflete a continuidade da melhora do cenário sanitário, com o avanço da vacinação e da flexibilização das medidas de restrição à mobilidade, além de um ligeiro abrandamento das tensões no ambiente político. Estes fatores, entretanto, ainda podem voltar a pressionar o IIE-Br”, afirmou.
Há ainda mais incerteza com a inflação elevada, risco de crise energética e impasse em relação ao cenário fiscal. “Com tudo isso no radar dos agentes econômicos nos próximos meses, o indicador deve se manter por algum tempo distante da média (já elevada) de 115 pontos observada entre 2015-2019”, disse Gouveia.
Os dois componentes do Indicador de Incerteza caminharam em sentidos opostos em outubro. O componente de Mídia caiu 4,2 pontos, para 128,4 pontos. A contribuição foi negativa, adicionando 3,7 pontos para o índice agregado.
O componente de Expectativas, que mede a dispersão das previsões para os 12 meses seguintes, subiu pela terceira vez consecutiva, agora em 4,8 pontos, para 129,8 pontos, contribuindo positivamente em 1,1 ponto para a evolução na margem do IIE-Br.