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IHS Markit: Atividade industrial do Brasil cai e atinge marca mais baixa desde junho de 2020

IHS Markit: Atividade industrial do Brasil cai e atinge marca mais baixa desde junho de 2020

O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) caiu a 51,7 em outubro, bem abaixo da marca de 54,4 de setembro. Os resultados foram divulgados pela IHS Markit nesta segunda-feira (1).

De acordo com os dados, a atividade no setor manufatureiro do Brasil engatou marcha lenta e desacelerou em outubro ao menor ritmo em 16 meses. A razão foi a retração na produção e nas encomendas em meio a escassez de materiais básicos. Além disso, a confiança desceu a uma mínima em quase um ano e meio com ameaças ao cenário vindas de instabilidade política e de preços.

A coleta de informações para a pesquisa da IHS Markit foi durante 12 e 22 de outubro, período de forte volatilidade nos mercados domésticos. Houve um salto nas expectativas de inflação, num momento em que o aumento dos preços também preocupa outros países.

ihs markit

Números acima de 50 ainda indicam expansão da atividade no setor fabril, mas o patamar do índice em outubro foi o mais baixo desde junho de 2020 (ainda no início da retomada do baque da pandemia meses antes), apontando esfriamento na expansão dos negócios.

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“Os resultados do PMI mostraram que problemas prolongados na cadeia de suprimentos, destacados pelos fabricantes brasileiros nos últimos meses, aumentaram consideravelmente de proporção em outubro após recuo em setembro, tendo impacto negativo na produção e nos pedidos das empresas”, disse Pollyanna De Lima, diretora associada de Economia da IHS Markit.

Queda em vendas

O crescimento da atividade manufatureira foi sustentado pelo aumento de compras pelo setor e por contratações de trabalhadores. E ainda, com atrasos nos prazos de entrega dos fornecedores, normalmente um reflexo do fortalecimento das condições de demanda.

“Embora os postos de trabalho continuem a crescer no momento, uma queda continuada nas vendas, o aumento das despesas operacionais e reduzidas expectativas dos negócios podem prejudicar a recuperação do mercado de trabalho”, alertou De Lima.

Os fabricantes de produtos registraram a primeira queda na produção desde abril, associada por eles a vendas apenas moderadas, escassez de matéria-prima e severas pressões sobre os preços.

Na mesma linha, as novas encomendas caíram pela primeira vez também em seis meses. Conforme a IHS Markit, as empresas notaram uma redução nos volumes da carteira de pedidos em outubro. Isso é resultante de preços mais altos de bens finais, confiança menor e demanda fraca. Algumas firmas sugeriram que as vendas caíram devido à falta de matéria-prima para realizar a produção dos pedidos programados.

Uma medida de novos pedidos de exportação engatou a terceira queda mensal, que foi ainda a mais intensa desde agosto do ano passado. Ou seja, mostra uma fraca demanda por parte de clientes internacionais.

Com o contexto inspirando mais cautela, a confiança recuou. A medida dentro da pesquisa do PMI para o sentimento empresarial declinou a uma mínima em 17 meses em outubro. Quem vê desaceleração na atividade do setor fabril cita instabilidade política e nos preços como ameaças às perspectivas.