O Núcleo do PCE dos EUA subiu 0,6% em agosto, de 0,1% em julho. A projeção era de 0,5%, conforme levantamento do governo norte-americano. Os dados foram divulgados na manhã desta sexta-feira (30).
Trata-se do Índice Subjacente de Preços das Despesas de Consumo Pessoal (PCE) e o relatório elenca que o índice de preços de gastos com consumo de agosto subiu 0,3%, ante recuo de 0,1% em julho.
O documento traz, ainda, que a renda pessoal subiu 0,3% em agosto, no consenso, enquanto os gastos com consumo subiram 0,4%, frente a expectativa de 0,3%.

EUA: Núcleo do PCE em agosto
De acordo com o relatório, a renda pessoal aumentou US$ 71,6 bilhões (0,3%) em agosto, e a renda pessoal disponível (DPI) aumentou US$ 67,6 bilhões (0,4%) e as despesas de consumo pessoal (PCE) aumentaram US$ 67,5 bilhões (0,4%).
Já o índice de preços PCE aumentou 0,3 por cento. Excluindo alimentos e energia, o índice de preços PCE aumentou 0,6 por cento. O DPI Real aumentou 0,1% em agosto e o PCE Real aumentou 0,1%; os bens diminuíram 0,2 por cento e os serviços aumentaram 0,2 por cento.
O aumento da renda pessoal em dólares em agosto refletiu principalmente aumentos na remuneração, renda dos proprietários e benefícios sociais do governo que foram parcialmente compensados por uma redução na renda de juros pessoais.
O aumento da remuneração foi liderado por salários e vencimentos privados. Dentro dos salários e vencimentos privados, um aumento nas indústrias produtoras de serviços foi parcialmente compensado por uma diminuição nas indústrias produtoras de bens. O aumento da renda dos proprietários refletiu o aumento da renda não agrícola. O aumento nos benefícios sociais do governo foi principalmente no Medicare.
Relatório
Conforme o documento, o aumento de US$ 67,5 bilhões no PCE em dólares em agosto refletiu um aumento de US$ 96,9 bilhões nos gastos com serviços que foi parcialmente compensado por uma redução de US$ 29,4 bilhões nos gastos com bens. Dentro dos serviços, os maiores contribuintes para o aumento foram os gastos com habitação e serviços públicos, transporte e saúde. Dentro dos bens, os gastos com gasolina e outros bens energéticos foram os que mais contribuíram para a queda.
As despesas pessoais aumentaram US$ 67,8 bilhões em agosto (tabela 3). A poupança pessoal foi de US$ 652,8 bilhões em agosto e a taxa de poupança pessoal – poupança pessoal como porcentagem da renda pessoal disponível – foi de 3,5%.
Preços
Em relação ao mês anterior, o índice de preços PCE de agosto aumentou 0,3 por cento. Os preços dos bens caíram 0,3 por cento e os preços dos serviços aumentaram 0,6 por cento. Os preços dos alimentos aumentaram 0,8% e os preços da energia caíram 5,5%. Excluindo alimentos e energia, o índice de preços PCE aumentou 0,6 por cento.
Em relação ao mesmo mês do ano anterior, o índice de preços PCE de agosto aumentou 6,2% (tabela 11). Os preços dos bens aumentaram 8,6 por cento e os preços dos serviços aumentaram 5,0 por cento. Os preços dos alimentos aumentaram 12,4 por cento e os preços da energia aumentaram 24,7 por cento. Excluindo alimentos e energia, o índice de preços PCE aumentou 4,9% em relação a um ano atrás.
Verdadeiro PCE
O aumento de 0,1% no PCE real em agosto refletiu um aumento de 0,2% nos gastos com serviços e uma queda de 0,2% nos gastos com bens. Dentro dos serviços, os serviços de saúde e transporte foram os principais contribuintes para o aumento. Dentro dos bens, “outros” bens não duráveis (incluindo produtos de higiene pessoal e jornais, materiais impressos e outros itens recreativos não duráveis) e bens e veículos recreativos foram os principais contribuintes para a queda.
Economista-chefe da EQI Asset, Stephan F. Kautz disse que a inflação dos EUA veio acima do que se imaginava na leitura do PCE, tanto o core quanto o headline, sendo que a asset tinha 0,4% na estimativa.
“Quando a gente olha a abertura, não teve nenhum item muito específico. O que veio muito diferente foi uma conjunção de pequenos fatores e pequenos ajustes que acabaram contribuindo. O setor de serviços foi a principal pressão de alta, assim como no CPI”, destacou.
Para a política monetária do Fed, elencou, esta não é uma boa notícia, principalmente porque quando se olha os últimos dados de inflação tanto do CPI quanto do PCE, vê-se a melhora toda concentrada na parte de energia e combustível.
“Então, o número cheio acaba desacelerando de maneira importante, mas, quando se olha os núcleos tanto do CPI quando do PCE, a melhora é muito gradual e muito pequena. Os números ainda estão muito próximos dos picos recentes, assim, para dar conforto para o banco central em reduzir o ritmo ou parar os juros, ele precisa ver esses núcleos desacelerando mais fortemente, o que até agora não aconteceu”, explicou.
E concluiu: “então, fica mantido o cenário de que o Fed deverá subir mais os juros na próxima reunião, em novembro, em 75 pontos-base, e desacelere para 50 pontos-base na última reunião deste ano.”
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