O Banco Central Europeu (BCE) manteve suas taxas de juros inalteradas pela segunda reunião consecutiva. A taxa de refinanciamento permaneceu no patamar de 4,50%, enquanto a taxa sobre depósitos ficou em 4,0%. Além disso, a taxa sobre empréstimos marginais continuou em 4,75%. A decisão, divulgada nesta quinta-feira (14), veio em linha com as projeções do mercado.
Em novembro, o BCE interrompeu um ciclo de alta dos juros de 10 reuniões consecutivas, após elevação de 450 pontos-base da taxa de refinanciamento do bloco.
No comunicado, a autoridade monetária afirmou estar determinada a garantir que a inflação retorne ao patamar de 2%. “Com base na atual avaliação, o Conselho do BCE considera que as taxas de juros se encontram em níveis que, mantidos por um período suficientemente longo, contribuirão substancialmente para este objetivo.“
Na última ata divulgada, o BCE sinalizou a possibilidade de realizar uma pausa no ciclo de altas nas próximas reuniões, ao considerar os aumentos suficientes para a política monetária.
“As futuras decisões do BCE garantirão que as suas taxas diretoras serão fixadas em níveis suficientemente restritivos durante o tempo que for necessário“, comunicou.
As expectativas de inflação do BCE estão, em média, em 5,4% para 2023, 2,7% em 2024, 2,1% em 2025 e 1,9% em 2026. Já o núcleo da inflação, que exclui preços mais voláteis como energia e alimentos, tem previsão de 5,0% em 2023, 2,7% em 2024, 2,3% em 2025, e 2,1% em 2026.
BCE não vai baixar guarda contra inflação, diz presidente do BCE
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse que a autoridade monetária não vai baixar a guarda na luta contra a inflação, que permanece muito resiliente.
“Precisamos de mais dados para entender a resistência da inflação doméstica, para ver como a inflação vai se comportar nos próximos meses. Até o momento estamos vendo que ela não está baixando”, afirmou em entrevista coletiva após a decisão do comitê de manter juros inalterados.
Lagarde diz que inflação é influenciada pelos salários, que continuam subindo, apesar de leve desaceleração.
Além disso, não houve nenhuma discussão sobre corte dos juros durante a reunião do BCE deste mês, segundo Lagarde. “Vamos continuar dependendo de dados. Entre a alta e a queda de juros, há um longo período de manutenção”.