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BC: Setor público registra déficit de R$ 33,7 bi em maio

BC: Setor público registra déficit de R$ 33,7 bi em maio

O setor público consolidado brasileiro fechou maio com déficit primário de R$ 33,7 bilhões, segundo dados divulgados pelo BC (Banco Central). Embora ainda negativo, o número representa uma melhora expressiva em relação ao mesmo mês de 2024, quando o resultado foi um déficit de R$ 63,9 bilhões.

O Governo Central foi o principal responsável pelo rombo no mês, com saldo negativo de R$ 37,4 bilhões, seguido pelas estatais, que registraram déficit de R$ 926 milhões. Já os governos regionais amenizaram o quadro com superávit de R$ 4,5 bilhões.

No acumulado de 12 meses até maio, o resultado primário virou para o azul, com superávit de R$ 24,1 bilhões — o equivalente a 0,20% do PIB — após ter registrado déficit de R$ 6 bilhões até abril.

Juros pressionam resultado nominal

Os juros nominais apropriados por competência alcançaram R$ 92,1 bilhões em maio, impulsionados pela alta da taxa Selic e pelo crescimento da dívida líquida. No acumulado de 12 meses, os juros somaram R$ 946,1 bilhões, o equivalente a 7,77% do PIB — um avanço considerável em relação aos R$ 781,6 bilhões (6,95% do PIB) registrados até maio do ano passado.

Como resultado, o déficit nominal (que inclui o primário e os juros) chegou a R$ 125,9 bilhões em maio. Em 12 meses, o rombo nominal somou R$ 922 bilhões, ou 7,58% do PIB.

Dívida pública em alta com impacto do câmbio e da Selic

A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) subiu para 62,0% do PIB (R$ 7,5 trilhões), com alta de 0,5 ponto percentual no mês. Os principais fatores foram os juros nominais (+0,8 p.p.) e o déficit primário (+0,3 p.p.), parcialmente compensados pela desvalorização cambial de 0,8% no mês, que reduziu a dívida em 0,1 p.p.

A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), por sua vez, atingiu 76,1% do PIB (R$ 9,3 trilhões), com aumento de 0,2 p.p. no mês. No acumulado do ano, a DBGG caiu 0,4 p.p., reflexo do crescimento do PIB nominal e de resgates líquidos de dívida, apesar da pressão dos juros.

Elasticidades mostram sensibilidade fiscal a variáveis macroeconômicas

A nova tabela de elasticidades publicada pelo BC revela como a dívida reage a mudanças em variáveis-chave:

  • Câmbio: cada 1% de desvalorização do real aumenta a DBGG em R$ 10,8 bilhões.
  • Selic: uma alta de 1 ponto percentual na taxa básica eleva a DLSP em R$ 56,8 bilhões.
  • Inflação: uma queda de 1 ponto percentual nos índices de preços reduz a dívida líquida em R$ 19,3 bilhões.

Esses dados reforçam o desafio de condução da política fiscal em um cenário de juros altos e instabilidade cambial.