A arrecadação federal somou R$ 208,8 bilhões em agosto de 2025, o que representa uma queda real de 1,50% em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados divulgados nesta terça-feira (23) pela Receita Federal. Foi a primeira retração registrada no ano.
Os recursos administrados pela Receita, que concentram a arrecadação de tributos federais, chegaram a R$ 202 bilhões, recuo de 1,53% em termos reais na comparação anual. Já no acumulado de janeiro a agosto, o resultado segue positivo, com alta real de 4,36%, totalizando R$ 1,806 trilhão.
A Receita destacou que o resultado de agosto foi distorcido por um efeito extraordinário ocorrido em 2024, quando houve o recolhimento de R$ 3,6 bilhões em tributos adiados no Rio Grande do Sul após as enchentes. Sem esse impacto, a arrecadação administrada teria crescido 0,23% em termos reais no mês passado.
“O acréscimo observado no período pode ser explicado, principalmente, por alterações na legislação do IRRF-Capital e pela calamidade no Rio Grande do Sul. A tabela abaixo demonstra o comportamento da arrecadação caso esses pagamentos fossem excluídos da base de comparação”, informou a Receita, no relatório.

Arrecadação federal: receita de outros órgãos tem leve queda
A receita administrada por outros órgãos, que inclui principalmente royalties da exploração de petróleo, registrou queda de 0,61% em agosto, somando R$ 6,8 bilhões. No acumulado do ano, a retração nesse segmento é mais intensa, de 8,45%, para R$ 82,8 bilhões.
De acordo com o Fisco, o desempenho de agosto também foi influenciado por fatores macroeconômicos, com menor recolhimento de Imposto de Renda, Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), Pis/Cofins, Imposto de Importação e IPI.
Apesar da queda no mês, a Receita reforçou que, descontado o efeito pontual do Rio Grande do Sul, a arrecadação federal manteria trajetória de alta.
Panorama da arrecadação de janeiro a agosto
A Receita Previdenciária apresentou uma arrecadação de R$ 463,3 bilhões, representando crescimento real de 3,37%. Esse resultado se deve ao crescimento real de 5,96% da massa salarial. Além disso, houve crescimento de 13,64% no montante das compensações tributárias com débitos de receita previdenciária, no período de janeiro a agosto de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior. Houve, também, a reoneração escalonada da contribuição patronal dos municípios e da folha de pagamentos, de acordo com a Lei nº 14.973/24, a partir de janeiro.
O PIS/Pasep e a Cofins totalizaram uma arrecadação de R$ 378,9 bilhões, com crescimento real de 3,55%. Esse resultado decorre do decréscimo de 0,08% no volume de vendas (PMC-IBGE) e do aumento de 2,63% no volume de serviços (PMS-IBGE) entre dezembro de 2024 e julho de 2025, em relação ao período compreendido entre dezembro de 2023 e julho de 2024.
O Imposto de Importação e o IPI vinculado à Importação apresentaram uma arrecadação de R$ 81.758 milhões, resultando em um crescimento real de 18,29%. Segundo a Receita, o desempenho pode ser explicado pelos aumentos de 5,16% no valor em dólar das importações, de 9,22% na taxa média de câmbio, de 10,51% na alíquota média efetiva do I. Importação e de 0,91% na alíquota média efetiva do IPI-Vinculado.