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Alô, câmbio: está bem, vamos falar da valorização do real!

Alô, câmbio: está bem, vamos falar da valorização do real!

Eu tenho visitado e revisitado este tema que está na cabeça de todos os que de alguma forma, possuem o dia-a-dia impactado pela cotação da nossa moeda. Com a situação tensa na Europa, Fed avisando que vai subir juros e eleições no horizonte, como podemos estar com o dólar ao redor de R$ 5?

Câmbio: Rússia e Turquia? Não, obrigado…

Com tanta gente usando “jaleco de especialista” em conflitos armados na Europa Oriental, vou me abster de comentar a respeito do tema especificamente. O que vale sim dizer é que o Brasil faz parte de um seleto grupo de países que brigam entre si pelo mesmo “tipo” de investimento estrangeiro.

São eles (principalmente): México, África do Sul, Colômbia, Rússia e Turquia. Tem China, Índia, Coréia do Sul etc, mas estes fazem parte de uma classe com maior, digamos, “qualidade”, por assim dizer.

E tem a ponta oposta também, representados por Argentina, Venezuela, entre outros… Mas vamos lá.

Problemas que ultrapassam as questões econômicas

Os dois últimos da lista em que o Brasil se encontra seguem bastante enrolados com temas bem mais complexos que a economia (se já não era o suficiente). Sendo assim, naquela regra básica de buscar alocar os seus recursos dentro de riscos e retornos aceitáveis, o capital tem fluído para locais como nosso país.

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E que retorno!

O diferencial de juros locais (Selic, CDI, etc) versus a taxa de países “desenvolvidos”, segue bem lá em cima.

Já o Federal Reserve e o Banco Central Europeu parecem não estar muito a fim de acelerar as altas ainda em 2022. E mesmo quando comparamos com os nossos “concorrentes”, seguimos ganhando: Colômbia (7.5%), México (5.5%) e África do Sul (4%).

Mas o FED não vai elevar os juros?

Muito provavelmente, sim. E já na reunião de março, em pelo menos 0,25%. O ponto é que para muito analista, com a inflação batendo as máximas dos últimos 40 anos, é muito pouco. E além de não ajudar no controle da alta de preços, o efeito colateral vai ser (entre outras coisas), a manutenção do dólar enfraquecido frente ao real.

Desta vez não teremos um Paul Volcker

Na última oportunidade que tivemos a inflação acima de 7% ao ano nos EUA a coisa foi bem diferente de agora. O Fed de Volcker chegou a elevar a taxa de juros para 12% ao ano. As chances disto se repetir agora são quase ZERO. Mas já tivemos na história momentos em que os EUA eram o Brasil de hoje. Pelo menos em termos de política monetária…

E as eleições? Nada ainda.

Apesar da enxurrada de pesquisas e a mídia batendo no tema de tempos em tempos, ainda estamos longe do ápice da disputa. Não deixa de ser clichê, mas deveremos ter novidades apenas após o Carnaval. Que não podemos esquecer que é logo ali, não é mesmo?

Até semana que vem. Câmbio, desligo.

Por Alexandre Viotto, head de câmbio e comércio exterior da EQI Investimentos