A venda da Braskem (BRKM5), cuja proposta veio à pública na semana passada pelo empresário carioca Nelson Tanure chamou atenção da Novonor não apenas pela possibilidade de a família manter uma fatia de 4% na companhia petroquímica, mas também por um detalhe financeiro estratégico: o compromisso de um aporte de US$ 100 milhões em uma das empresas controladas pelo grupo da família Odebrecht. As informações são do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
Esse reforço de caixa seria especialmente relevante para a Novonor, que enfrenta uma complexa reestruturação após anos de dificuldades financeiras e processos judiciais decorrentes da Operação Lava Jato. A chance de preservar alguma participação acionária na Braskem, somada à injeção de capital, tornou a proposta de Tanure mais atraente para a holding.
Apesar do entusiasmo da Novonor, o avanço da operação ainda é cercado de incertezas. Para que o negócio vá adiante, será necessário obter a anuência dos bancos credores da Braskem, que detêm poder decisivo nas negociações, além da Petrobras (PETR4) — sócia minoritária com cerca de 36,1% do capital votante da petroquímica.
Venda da Braskem (BRKM5): conheça proposta de Tanure
Na semana passada, Tanure apresentou uma proposta à Novonor para adquirir o controle da empresa. A movimentação marca mais um capítulo nas disputas pelo comando da maior petroquímica da América Latina, cujo controle ainda está vinculado a dívidas da antiga Odebrecht.
De acordo com informações do jornal Valor Econômico, o empresário pretende assumir indiretamente a posição que era ocupada pela Novonor por meio de um de seus fundos de investimento. A proposta inclui a manutenção da empresa no bloco acionário com uma participação minoritária, entre 3% e 5%.
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Segundo comunicado divulgado pela Novonor, foi assinado um acordo de exclusividade para a negociação de uma proposta não vinculante apresentada por um fundo comandado por Tanure. O objetivo é a compra da NSP Investimentos, holding por meio da qual a Novonor detém sua participação na petroquímica.
O BTG Pactual destacou em relatório que o avanço das negociações marca um novo capítulo na disputa pelo controle da Braskem, embora ainda dependa da anuência dos bancos credores e da Petrobras, sócia minoritária da empresa.
As ações da Braskem lideram as altas do Ibovespa nesta segunda-feira (26), com valorização de 8,12%, a R$ 11,99, no embalo dessas negociações.