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O que vai acontecer com os dividendos da Taesa (TAEE11)?

O que vai acontecer com os dividendos da Taesa (TAEE11)?

O segmento de energia sempre foi um dos mais atrativos por sua resiliência, mas, para algumas empresas, isso parece estar mudando. Devido a atualizações de gestoras, os traders se questionam sobre o que vai acontecer com os dividendos da Taesa (TAEE11)?

Isso porque o volume de bancos de investimentos que tem recomendado a venda dos papéis da Transmissora Aliança de Energia S.A. está bem acima da média.

Levantamento do Trademap, por exemplo, aponta oito Casas recomendando venda para a ação TAEE11, e isso causa alguma estranheza, visto que a empresa sempre foi uma boa pagadora de dividendos.

Por volta das 14h20 desta terça-feira (23) o ativo subia 0,35%, cotado em R$ 37,21, porém, no período de um ano, o papel reporta queda de 9%.

A pesquisa do Trademap informa que os analistas estão preocupados por três principais motivos: a redução nas receitas permitidas anuais da empresa (RAP), o maior patamar de alavancagem e a possível redução de dividendos.

E explica: as empresas de transmissão elétricas ganham a concessão, executam o projeto e passam a receber dinheiro contratado pelos serviços, que é a Receita Anual Permitida (RAP). Estes valores são reajustados por índices de inflação, especialmente IGP-M, no caso da Taesa.

“A redução na RAP da empresa se deve ao fato de que a maior parte dos contratos de concessões, que foram licitados entre 1999 e 2006, está inserido na categoria 2, cujo acordo inclui uma redução de 50% na receita a partir do 16º ano. Isto se reflete em uma geração de caixa mais fraca para os próximos anos”, destacou.

Desta forma, elencou, há uma necessidade de ter mais contratos de concessões para que as receitas voltem a crescer. Porém, é necessário um alto investimento para realização dos projetos.

Gráfico mostra a ação TAEE11 na Bolsa.

Os dividendos da Taesa (TAEE11)?

Outro ponto de inflexão diz respeito à competitividade acirrada no setor, e isso dificulta o fechamento de novas concessões a preços mais atrativos. Isso implica em crescimento limitado no curto prazo.

Também há no horizonte dos analistas a questão do maior volume da dívida bruta da empresa registrada no terceiro trimestre, que atingiu R$ 8,5 bilhões, 24,4% maior que a registrada em igual período do ano passado.

Além disso, há a maior necessidade de investimentos para novos projetos e parcerias, que demanda maior quantidade recursos para financiar a expansão, criando maiores dívidas.

“Isto se agravou quando as expectativas de reversão da curva de juros, que estão no patamar de 13,75%, foram postergadas, o que se reflete em maiores despesas financeiras, que são basicamente o que a empresa desembolsa para pagar juros de dívidas”, ressaltou.

Proventos

Vale lembrar que na primeira semana de maio a Taesa aprovou a destinação do lucro líquido do exercício de 2022, anunciando uma distribuição de R$ 1,244 bilhão.

Deste total, a companhia vai pagar R$ 26 milhões em dividendos remanescentes aos seus acionistas, equivalente a cerca de R$ 0,07.

Na ocasião, disse que, do total referente a 2022, esses são os valores:

  • R$ 353.958.594,59 foram pagos em 2022 a título de Dividendos Intercalares;
  • R$ 404.752.894,90 foram pagos em 2022 a título de Juros sobre Capital Próprio;
  • R$ 460.000.000,06 foram pagos em janeiro de 2023 a título de Dividendos Intercalares; e
  • R$ 26.048.121,95 a título de dividendos mínimos obrigatórios remanescentes que serão pagos até o 31 de dezembro de 2023, com base na posição acionária do dia 3 de maio de 2023.

Entretanto, esses proventos são pertinentes à operação do ano de 2022, e os de 2023 ainda não foram anunciados.

Vale lembrar que no primeiro trimestre de 2023 a Taesa reportou lucro líquido regulatório, que reflete a geração de caixa, de R$ 215 milhões, alta de 47,3%.

O número ficou acima do esperado pelo consenso compilado pela Bloomberg, que aguardava lucro de R$ 184 milhões.

A companhia destacou, no balanço, que a alta foi puxada pela entrada em operação dos empreendimentos Sant’Ana (parcial), ESTE, Aimorés, Paraguaçu e Ivaí (parcial) durante o ano de 2022. e pelo reajuste inflacionário do ciclo da RAP (receita anual permitida) de 2022-2023.

Apesar disso, o lucro líquido sobre os parâmetros IFRS foi de R$ 386 milhões, queda de 30%, enquanto a receita regulatória subiu 13,7%, para R$ 598 milhões. O Ebitda, que mede o resultado operacional, somou R$ 521,9 milhões, expansão de 14,8%.

Análise do BTG (BPAC11)

O BTG Pactual (BPAC11) tem recomendação de venda para a Taesa, com preço-alvo em R$ 37.

O banco de investimentos destacou, em relatório, que a companhia reportou resultados regulatórios decentes.

“O Ebitda foi de R$ 522 milhões, ou 4% acima da nossa estimativa de R$ 504 milhões e 15% superior a/a (vs. R$ 454 milhões no 1T22) como resultado dos reajustes da RAP e da energização de Sant’Ana (parcialmente em abr/22 e dez/22), apesar das despesas de PMSO subirem marginalmente mais que a inflação (6,4% a/a vs. 4,7% IPCA)”, ressaltou.

E disse mais: “após equivalência patrimonial acima do esperado de R$ 92 milhões (vs. nossa projeção de R$ 85 milhões) e despesas financeiras líquidas (52% contra os R$ 185 milhões que esperávamos), o lucro líquido totalizou R$ 215 milhões, 30% abaixo de nossa estimativa. Por outro lado, a deflação impulsionou principalmente os fracos resultados do IFRS, já que o Ebitda foi de R$ 547 milhões (-21% a/a) e o lucro líquido foi de R$ 387 milhões (-31% a/a). A alavancagem encerrou o 1T em 4,3x dívida líquida/EBITDA (vs. 3,8x no 4T22).”

O pipeline da empresa

Ainda de acordo com o BTG, a Taesa possui seis linhas de transmissão em seu pipeline, totalizando R$ 924 milhões em RAP proporcional. “Ivaí e Sant’Ana estão quase concluídas (99% e 96%, respectivamente), enquanto Ananaí está em 11%. Já o contrato de concessão de Pitiguari (leilão jun/22) foi assinado em setembro, e os contratos de Tangará e Saíra (vencidos no último leilão) foram assinados no final de março”, informou.

Também disse que “dada a sua natureza regulada, os setores de eletricidade e saneamento estão sujeitos a interferências políticas ou legais. Portanto, os governos podem implementar mudanças ou regras mais severas que podem prejudicar o fluxo de caixa das empresas. Além disso, uma mudança abrupta nas taxas de câmbio pode impactar negativamente os investidores estrangeiros, uma vez que as tarifas das empresas são reajustadas anualmente pela inflação”.